Indústria automobilística

Tarifas de Trump prejudicarão indústria automobilística, diz CEO da Ford

O CEO da Ford, Jim Farley, vai a Washington para avisar sobre as tarifas de propostas por Trump, que prejudicam a indústria automobilística.

Tarifas de Trump prejudicarão indústria automobilística, diz CEO da Ford
  • Tarifas de 25% sobre peças do Canadá e México podem afetar diretamente os preços dos veículos nos EUA
  • Ford e GM se preparam para lidar com os impactos econômicos das novas tarifas, com a Ford investindo em fábricas de carros elétricos
  • Concorrentes internacionais, como asiáticos e europeus, podem ganhar vantagem, já que não enfrentam tarifas semelhantes

O CEO global da Ford, Jim Farley, está em Washington para alertar membros do Congresso dos Estados Unidos sobre as graves consequências das tarifas propostas pelo presidente Donald Trump.

O governo Trump planeja impor uma tarifa de 25% sobre as peças automotivas que são produzidas no Canadá e no México, dois países com os quais os Estados Unidos têm uma forte interdependência na cadeia de suprimentos da indústria automobilística.

Farley destacou que a proposta de tarifas pode “abrir um buraco” na indústria automotiva americana. Uma vez que, as montadoras dependem de peças produzidas fora do país, especialmente nos países vizinhos.

A decisão de Trump tem gerado grande incerteza para o setor, já que as tarifas elevadas sobre aço e alumínio importados também estão impactando diretamente os custos de produção.

Tarifas afetam preço e concorrência

Jim Farley não economizou palavras ao descrever os efeitos das tarifas sobre o setor automotivo. Segundo ele, as tarifas podem aumentar os custos para as montadoras em até US$ 60 bilhões. Dessa forma, o que provavelmente será repassado aos consumidores, aumentando o preço dos carros em cerca de US$ 3 mil (aproximadamente R$ 17.300).

Farley também alertou que as tarifas propostas proporcionariam uma “vantagem inesperada” para concorrentes asiáticos e europeus, que não enfrentariam as mesmas restrições.

Em uma conferência do setor automotivo realizada pela Wolfe Research, em Nova York, Farley fez um alerta ainda mais grave: os custos elevados e a incerteza crescente são opostos ao que Trump havia prometido para a indústria automobilística dos EUA. No entanto, que é o fortalecimento e o aumento da produção local.

Em vez disso, a medida resultaria em caos, com a alta dos custos comprometendo a competitividade das montadoras americanas.

Efeito das tarifas sobre as montadoras

A Ford, assim como outras montadoras dos EUA, já está tomando medidas para lidar com o impacto das tarifas. A empresa está investindo bilhões de dólares na construção de fábricas de carros elétricos e baterias em estados como Tennessee, Ohio, Michigan e Kentucky.

No entanto, Farley deixou claro que muitos desses investimentos, e especialmente os empregos gerados por essas fábricas, estão em risco caso as tarifas e as políticas do governo Trump continuem a afetar a indústria.

A Ford não está sozinha em suas preocupações. Mary Barra, CEO da General Motors (GM), também abordou os impactos das tarifas durante a conferência da Wolfe Research.

Ela afirmou que a GM poderia “mitigar” de 30% a 50% dos impactos das tarifas sem a necessidade de grandes investimentos adicionais, pois a empresa já havia antecipado os desafios impostos pelas tarifas desde a posse de Trump em 2017.

O caminho a seguir

Apesar dos desafios, outras empresas do setor, como a AutoNation, também estão trabalhando para mitigar os efeitos das tarifas. Mike Manley, CEO da AutoNation, maior rede de concessionárias de carros nos EUA, comentou sobre o impacto das tarifas impostas desde 2018 e como as montadoras buscaram alternativas para reduzir custos e estimular as vendas. O impacto nas vendas foi claro, mas, com o tempo, a indústria conseguiu se adaptar.

No entanto, a incerteza gerada pelas novas tarifas propostas exige ações rápidas e medidas de gestão adequadas, como afirmou Manley:

“Estamos fazendo muito trabalho pesado para gerenciar a empresa com profissionalismo e eficiência, mesmo com as dificuldades que surgem”.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ