O mundo das criptomoedas foi sacudido por um ataque hacker de proporções épicas! A exchange centralizada Bybit, uma das maiores do mercado, foi alvo de um roubo de mais de US$ 1,4 bilhão (cerca de R$ 8 bilhões) em Ethereum (ETH) e outros ativos digitais na manhã desta sexta-feira (21). O ataque causou caos na plataforma, com milhares de saques pendentes e clientes em pânico.
Em uma transmissão ao vivo após o incidente, o cofundador e CEO da Bybit, Ben Zhou, tentou acalmar os ânimos, afirmando que a empresa “experimentou saques massivos nas últimas duas horas”. Ele explicou que a Bybit está trabalhando para processar os milhares de saques pendentes, mas que isso levará “algumas horas” devido à necessidade de redistribuir a liquidez. Zhou garantiu que a empresa não tem planos de suspender os saques.
O que mostram os dados?
Dados da plataforma CoinGecko revelam que a Bybit registrou mais de US$ 8 bilhões em volume de negociação à vista nas últimas 24 horas, um aumento de quase 46% em relação ao dia anterior. Um gráfico mostra um pico significativo no volume após a divulgação do ataque, indicando a corrida dos clientes para retirar seus fundos da plataforma.
No mundo das exchanges de criptoativos, as empresas costumam usar dois tipos de carteiras digitais:
- Carteira quente: conectada à internet, usada para as operações do dia a dia.
- Carteira fria: geralmente em um hardware específico, desconectada da internet, onde ficam os fundos dos clientes (mais segura).
Zhou explicou que o ataque ocorreu durante a transferência de valores da carteira fria para a quente. Os hackers conseguiram alterar o contrato inteligente (o código que define as regras da transação) que seria assinado digitalmente.
“A mensagem de assinatura era para alterar a lógica do contrato inteligente de nossa carteira fria ETH. Isso resultou em um hacker assumindo o controle da carteira fria ETH específica que assinamos e transferindo todo o ETH na carteira fria para esse endereço não identificado”, admitiu Zhou.
Importante: Zhou ressaltou que a Bybit possui outras carteiras frias para a custódia das criptomoedas dos clientes, e essas não foram afetadas pelo ataque.
O rastro do dinheiro (e um possível “Robin Hood”?)
Após roubar os fundos da carteira fria da Bybit, o hacker começou a movimentar as criptomoedas roubadas para novas carteiras, onde estão sendo vendidas e trocadas por dinheiro tradicional (fiduciário ou “fiat”). A empresa de análise de blockchain Arkham informou que mais de US$ 200 milhões já foram vendidos.
Um detalhe curioso chamou a atenção da comunidade cripto: muitas das carteiras para onde as criptomoedas roubadas foram enviadas são endereços não suspeitos. Isso sugere que o hacker pode estar agindo como uma espécie de “Robin Hood”, enviando quantias de aproximadamente US$ 10 mil em Ether para carteiras aleatórias, possivelmente para encobrir seus rastros.
O que a Bybit vai fazer?
Zhou explicou que a Bybit está buscando um empréstimo-ponte para cobrir o prejuízo causado pelo roubo, em vez de comprar Ethereum no mercado para reembolsar os clientes. Ele também afirmou que a Bybit poderá “cobrir a perda” mesmo que não consiga recuperar os fundos roubados com a ajuda das autoridades. Segundo Zhou, os fundos roubados representam aproximadamente 1/20 do total de ativos sob gestão da Bybit.
A Bybit está trabalhando para processar os saques pendentes e investigar o ataque.