Tarifas Ajustadas

Urgente: Trump reduz tarifas para maioria dos países, mas amplia pressão sobre China com alíquota de 125%

Trump impõe nova tarifa de 125% à China, mas reduz para 10% com trégua de 90 dias para demais países.

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  • Trump reduziu tarifas para 10% por 90 dias em mais de 75 países, mas manteve a China com alíquota elevada de 125%.
  • A China reagiu com retaliação, elevando tarifas sobre bens dos EUA para 84% e ameaçando novas sanções.
  • O Brasil foi incluído no grupo beneficiado e já prepara missão diplomática para negociar termos mais vantajosos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas, reduzindo-as para 10% para mais de 75 países. A China, no entanto, ficou de fora da trégua.

O país asiático enfrentará uma nova alíquota de 125% sobre produtos exportados aos EUA. A medida visa incentivar negociações bilaterais e punir práticas comerciais consideradas abusivas por Washington.

Nova política tarifária diferencia aliados e rivais

O presidente Trump comunicou sua decisão por meio da Truth Social nesta quarta-feira (9), informando que a nova política tarifária entrará em vigor de forma imediata.

Nesse sentido, os países que mantêm boa relação comercial com os Estados Unidos terão suas tarifas recíprocas temporariamente reduzidas de 34% para 10%. Segundo ele, a pausa de 90 dias servirá como janela para negociações bilaterais.

Entre os países incluídos na trégua estão Alemanha, Brasil, Japão, México, Coreia do Sul e Reino Unido.

Portanto, a mensagem foi clara: quem demonstrar boa fé nas negociações poderá garantir benefícios comerciais permanentes. Trump classificou a medida como “um gesto estratégico de abertura e firmeza ao mesmo tempo”.

China fora da trégua e novo aumento gera tensão

A China, por outro lado, foi alvo de uma nova rodada de sanções. O governo americano elevou a tarifa sobre produtos chineses de 104% para 125%, com justificativa de “condutas comerciais desleais e manipulação de mercado”. Trump acusou o governo chinês de se beneficiar das cadeias produtivas globais sem reciprocidade nas concessões comerciais.

Anteriormente, Pequim havia subido sua tarifa sobre produtos norte-americanos para 84% e ameaçado impor restrições a empresas americanas que operam em solo chinês.

Desse modo, o embaixador chinês em Washington afirmou que a escalada tarifária compromete a estabilidade da economia global e isola os Estados Unidos de seus principais parceiros asiáticos.

Mercados reagem com volatilidade e alívio parcial

A reação inicial dos mercados foi de forte oscilação. O índice Dow Jones abriu em queda de 1,5%, mas reverteu o movimento após o anúncio da pausa tarifária para outros países. O Nasdaq, puxado por empresas de tecnologia com baixa exposição à China, subiu 8,2%. O S&P 500 registrou alta de 5,6%.

Sendo assim, investidores interpretaram a medida como um misto de pressão estratégica contra a China e tentativa de evitar uma recessão global.

Logo, analistas de Wall Street disseram que a pausa de 90 dias cria um ambiente de expectativa positiva, mas destacaram que os riscos geopolíticos seguem elevados.

Brasil entre os beneficiados e articulação diplomática cresce

O Brasil foi incluído no grupo de nações com alívio tarifário, o que beneficia setores como o agronegócio, a siderurgia e a indústria automotiva. O Ministério da Fazenda havia anunciado o envio de uma comitiva a Washington para formalizar uma proposta de acordo bilateral.

Nesse sentido, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que a medida representa uma “janela estratégica para acesso privilegiado ao maior mercado do mundo”.

Além disso, o Itamaraty informou que o Brasil deverá aproveitar o momento para tentar incluir produtos hoje fora da pauta exportadora com os EUA, como etanol e fertilizantes. Exportadores comemoraram a decisão, mas pedem estabilidade nas relações para garantir investimentos de longo prazo.

Especialistas alertam para riscos de fragmentação global

Apesar da trégua parcial, economistas seguem atentos à possibilidade de um conflito prolongado entre EUA e China.

Visto que, a elevação das tarifas entre as duas maiores economias do mundo pode desorganizar cadeias produtivas, encarecer insumos e elevar a inflação em diversos países.

Relatórios da OCDE e do FMI apontam que a guerra comercial pode reduzir o crescimento global em até 0,7 ponto percentual em 2025. Além disso, o Banco Mundial alertou para o risco de uma divisão irreversível entre blocos comerciais liderados por EUA e China.

Luiz Fernando
Licenciado em Letras, apaixonado por esportes, música e cultura num geral.