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Número de falências dispara 50% em 2024 e empresas enfrentam desafios

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  • Em outubro de 2024, as falências cresceram 50,8%, com destaque para micro e pequenas empresas
  • Serviços, comércio e indústria foram os setores mais impactados pelas falências
  • Os pedidos de recuperação judicial aumentaram 37% em relação ao ano passado

Em outubro de 2024, o número de falências no Brasil disparou 50,8% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, saltando de 61 para 92, conforme dados divulgados pelo Serasa Experian. O cenário reflete um agravamento das dificuldades financeiras enfrentadas pelas empresas, em especial pelas micro e pequenas empresas, que representaram 55 dos casos registrados. Em seguida, as empresas de porte médio contabilizaram 20 falências, enquanto as grandes corporações somaram 17 pedidos de falência.

O levantamento do Serasa também revelou que o setor de serviços liderou os pedidos de falência, com 39 casos, seguido pelo comércio com 28 falências, e a indústria com 24. O setor primário registrou apenas um pedido de falência. Esse quadro preocupante reflete uma combinação de fatores econômicos, com destaque para a elevação da taxa de juros, o alto custo do crédito e a inflação, que têm pressionado a saúde financeira das empresas.

Fatores econômicos e impacto nas falências e recuperações judiciais

O aumento significativo nas falências não é um fenômeno isolado, mas parte de uma tendência mais ampla de dificuldades enfrentadas pelas empresas brasileiras em 2024. Outubro foi o terceiro mês consecutivo com maior volume de falências, ficando atrás de agosto, que teve 100 pedidos, e julho, com 96 solicitações. A alta da taxa básica de juros, atualmente em 11,25% (Selic), tem sido um dos principais responsáveis pela pressão sobre as empresas. De acordo com o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, essa alta eleva os custos do crédito e dificulta o pagamento das dívidas pelas empresas.

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“A alta das taxas de juros eleva o custo do crédito e dificulta o pagamento das dívidas pelas empresas. Além disso, a inadimplência dos consumidores impacta negativamente o fluxo de caixa das companhias, já que a inflação reduz o poder de compra, diminuindo as vendas e afetando a saúde financeira dos negócios”, explicou Rabi.

Além das falências, o número de pedidos de recuperação judicial também apresentou uma alta expressiva em outubro, com 223 registros, o que representou um aumento de 37% em relação ao mesmo mês de 2023. Esse é o terceiro maior volume de solicitações de recuperação judicial de 2024, ficando atrás de agosto, que registrou 238 pedidos, e julho, com 228 solicitações. O crescimento de pedidos de recuperação judicial é uma tentativa das empresas de renegociar suas dívidas e evitar a falência, o que evidencia a dificuldade geral do ambiente de negócios no país.

O cenário de alta inadimplência e custo de crédito

A alta de falências e recuperações judiciais também é reflexo do quadro de inadimplência, que continua a crescer, impactando diretamente o fluxo de caixa das empresas. Com a inflação, o poder de compra da população diminui, o que leva a uma redução nas vendas de produtos e serviços, exacerbando as dificuldades financeiras das empresas. A situação é ainda mais crítica para as pequenas e médias empresas, que enfrentam maior dificuldade em acessar crédito com condições favoráveis.

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As microempresas, em particular, são as que mais sofrem com o impacto do custo elevado do crédito. Muitas delas dependem de linhas de financiamento para sustentar o fluxo de caixa e manter suas operações. Com o aumento das taxas de juros, o custo de manutenção dessas dívidas se torna insustentável, levando muitas a recorrerem ao pedido de falência ou recuperação judicial.

A recuperação judicial como alternativa

Apesar do aumento das falências, a recuperação judicial tem se mostrado uma alternativa para muitas empresas que buscam reestruturação financeira e a preservação de seus negócios. No entanto, a quantidade crescente de pedidos de recuperação judicial também aponta para uma fragilidade estrutural de muitas empresas, especialmente as que não conseguem adaptar-se rapidamente às mudanças econômicas e ao custo do crédito elevado.

Os dados do Serasa Experian são coletados a partir de informações registradas nos fóruns, varas de falências e nos Diários Oficiais da Justiça dos estados. Esse levantamento inclui tanto falências requeridas quanto decretadas, além das recuperações judiciais e extrajudiciais.

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Conclusão: A crise empresarial continua a se agravar

O número recorde de falências e a alta de pedidos de recuperação judicial em outubro de 2024 refletem um cenário desafiador para as empresas brasileiras, que enfrentam uma combinação de fatores econômicos adversos, como o alto custo do crédito e a alta taxa de juros. A recuperação judicial, apesar de ser uma solução para muitas, não é capaz de evitar o fechamento de empresas que não conseguem se adaptar às pressões econômicas. Enquanto o cenário econômico não se estabiliza, a recuperação de muitas empresas continuará sendo um desafio, com consequências significativas para o mercado de trabalho e para a economia do país como um todo.


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