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O ESG não necessita mais ser apresentado. Inclusive, a sigla para ambiental (environmental), social e governança corporativa está tão arraigada nas publicações, webinars e debates que dispensa ser descrita.
Os investidores também consideram a sustentabilidade como um ativo corporativo, no sentido da dupla materialidade e na observação dos impactos inerentes às atividades organizacionais que são a tradicional materialidade financeira, orientando-se pelas bases de desenvolvimento, desempenho, posição no mercado e os potenciais impactos ambientais e sociais para as partes interessadas – stakeholders.
Talvez por isso esteja cada vez mais presente a representação e a pauta de ESG nos conselhos das empresas, além da formação do Comitê ESG para direcionar suas prioridades para o board.
A Sustentabilidade tem que ser vista como uma estratégia, contemplando conteúdo competitivo e fundamental para a obtenção de investimentos a taxas atrativas. Assim, o próprio Código de Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC descreve como missão do Conselho Administrativo
“garantir que os temas de sustentabilidade estejam vinculados às escolhas estratégicas, aos processos decisórios, aos impactos na cadeia de valor e aos relatórios periódicos”.
Instituições como a B3 (Bolsa de Valores) têm criado indicadores como o ISE, Índice de Sustentabilidade Empresarial, para aferição do comprometimento das organizações com a agenda da sustentabilidade e acompanhamento do desempenho de tais carteiras que comprovam serem mais rentáveis a médio-longo prazo. Em 2022, estima-se que ocorra a emissão de títulos sustentáveis atingindo a marca recorde de US$ 1,35 trilhão no mundo, sendo que o Brasil também vem numa tendência crescente, tendo superado os US$ 16 milhões em 2021.
O Relatório de Riscos Globais 2022, levantamento do Fórum Econômico Mundial, sinaliza os oito maiores riscos em escala global nos próximos 10 anos, que indica somente tópicos ambientais e sociais referentes ao ESG, tais como: falhas em ações climáticas, climas extremos e crise de subsistência. Soma-se a esse cenário a chamada das empresas para o protagonismo da agenda ambiental no discurso de abertura e na agenda da COP 26.
É natural que tal tema seja prioridade estratégica e reflita nos investimentos e na seleção natural dos produtos e serviços de empresas que genuinamente tratem dessa pauta. Com a prática do cancelamento, as pessoas simplesmente deixam de consumir de determinada organização por ações como o greenwashing ou o simples descaso ambiental ou social. Assim, os esforços corporativos, no sentido da sustentabilidade, devem ser autênticos e estarem relacionados efetivamente com o core business da organização.
Por Alaercio Nicoletti Junior, professor da Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), coordenador do Hub de inovação e da pós-graduação em Engenharia de Sustentabilidade do Mackenzie e Head de Sustentabilidade e Melhoria Contínua no Grupo Petrópolis.
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