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Petróleo despenca quase 3% com preocupações sobre demanda da China

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O mercado global de petróleo sofreu uma queda significativa nesta sexta-feira (8), com os preços recuando quase 3%. A forte alta do dólar e as expectativas frustradas em relação aos estímulos fiscais na China pressionaram os preços para baixo. A influência de fatores políticos também entrou em cena, com as recentes movimentações de Donald Trump em relação à nomeação de seus aliados para cargos-chave.

Os contratos futuros de petróleo Brent, referência no mercado internacional, fecharam a sessão em baixa de 2,32%, cotados a US$73,87 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE) em Londres. Na semana, o Brent conseguiu registrar uma alta de 1,05%, mas a queda de hoje refletiu as tensões no mercado e o impacto de uma série de fatores econômicos globais.

Por sua vez, os contratos de petróleo West Texas Intermediate (WTI) para dezembro, negociados na New York Mercantile Exchange (Nymex), caíram 2,73%, atingindo US$ 70,38 o barril. No entanto, no acumulado dos últimos cinco pregões, o WTI registrou um aumento de 1,20%. A queda nesta sexta-feira, portanto, foi suficiente para interromper a trajetória positiva recente.

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O movimento de queda foi impulsionado por preocupações sobre a demanda da commoditie. “O mercado está sendo pressionado pela incerteza em relação ao crescimento da demanda, especialmente na China, onde as expectativas de estímulos fiscais mais robustos não se materializaram como o esperado”, afirmou Tom Mackenzie, analista de commodities da Alpha Energy.

“A falta de força nos estímulos fiscais na China gerou uma reação negativa nos mercados financeiros, afetando diretamente os preços do petróleo”.

completou.

As autoridades chinesas, por sua vez, anunciaram que permitirão que governos locais emitam seis trilhões de yuan (aproximadamente 838,77 bilhões de dólares) em títulos ao longo de três anos. O objetivo é permitir a troca de dívidas ocultas por dívidas oficiais, mas o montante e a proposta ficaram aquém das expectativas do mercado, o que gerou um impacto negativo sobre os preços das commodities.

Outro fator que influenciou a volatilidade dos preços do petróleo foi a movimentação política nos Estados Unidos. Donald Trump, recém-eleito presidente, indicou Robert Lighthizer para o cargo de Representante de Comércio dos EUA. Lighthizer, que já ocupou o cargo durante o primeiro mandato de Trump, é conhecido por sua postura protecionista e suas políticas rígidas em relação à China, o que aumentou as incertezas sobre as negociações comerciais entre as duas potências globais.

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O impacto das decisões políticas sobre as relações comerciais com a China e a possível reconfiguração da política externa dos EUA geraram mais tensão nos mercados financeiros, com reflexos diretos sobre o preço do petróleo.

Furacão Rafael e o impacto na produção

Além desses fatores econômicos e políticos, o mercado também observou uma interrupção na produção de petróleo no Golfo do México devido ao furacão Rafael, que afetou cerca de 23% da produção da região. As previsões mais recentes, no entanto, reduziram os riscos associados à tempestade, minimizando o impacto sobre a produção petrolífera dos EUA.

De acordo com a Administração de Informações sobre Energia (EIA), a produção de petróleo no Golfo do México é um dos pilares da produção de petróleo dos Estados Unidos. Embora o furacão tenha gerado uma pressão momentânea sobre os preços, a redução do risco no cenário atual ajudou a estabilizar o mercado nas últimas horas.

Retrospectiva e perspectiva para o mercado

O mercado de petróleo segue marcado por uma volatilidade crescente, com fatores econômicos, políticos e climáticos se entrelaçando e criando um ambiente de incertezas. As próximas semanas podem ser decisivas para o setor, com o foco voltado para a evolução dos estímulos fiscais na China, as movimentações políticas nos EUA e o monitoramento de eventos climáticos.

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Com as tensões comerciais e a escassez de soluções claras para o crescimento da demanda, o preço do petróleo pode continuar sua trajetória de incerteza, dependendo da evolução desses fatores. Os investidores seguem atentos às mudanças nos cenários geopolítico e econômico, enquanto os preços do petróleo permanecem sob forte pressão.

O petróleo, ao fim da sessão, segue refletindo a fragilidade de um mercado global que luta para encontrar estabilidade em meio a tensões políticas e econômicas. A alta do dólar e a queda nas expectativas de estímulos fiscais representam apenas uma parte de um panorama mais complexo que deve continuar a influenciar o mercado nas próximas semanas.


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