Estatais no vermelho

Em crise, agências dos Correios podem ser despejadas por não pagar despesas

Com déficit superior a R$ 2 bilhões, a estatal busca alternativas para evitar despejos e reverter sua situação financeira crítica.

correios
correios
  • Os Correios acumulam um déficit superior a R$ 2 bilhões e correm o risco de serem despejados de 200 imóveis devido a atrasos nos pagamentos de aluguéis
  • 122 imóveis já estão em processo de despejo e outros 127 contratos de aluguel vencem até o fim do ano, dependendo de renegociações
  • A estatal implementou um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões, suspendeu contratações de terceirizados e renegociou contratos para reduzir custos
  • Apesar da crise, os Correios seguirão com concurso público e afirmam que não houve demissões, mas enfrentam críticas sobre a gestão financeira da empresa

Os Correios enfrentam uma grave crise financeira e correm o risco de serem despejados de pelo menos 200 imóveis alugados, conforme revelou uma reportagem do portal Poder360.

Até setembro de 2024, a estatal acumulou um déficit superior a R$ 2 bilhões, o que levou a atrasos no pagamento de aluguéis e outras obrigações, como o IPTU e taxas de condomínio.

De acordo com um documento interno datado de 30 de outubro, 122 imóveis dos Correios já estão em processo de despejo devido ao atraso nos pagamentos. Esses despejos podem começar a partir de 30 de novembro.

Além disso, outros 127 contratos de aluguel vencem até o final do ano e dependem de renegociações para garantir sua renovação.

O despejo

Entre os imóveis em risco estão 206 agências dos Correios, 34 centros de distribuição domiciliar e 4 unidades de tratamento de encomendas e cartas.

Para evitar o despejo e manter seus contratos, os Correios buscam redirecionar R$ 1,5 bilhão de um contrato para cobrir as despesas de aluguel. No entanto, esse processo ainda está em andamento e não há garantias de que a renegociação seja bem-sucedida.

Além disso, a empresa enfrenta uma dívida de R$ 9,5 milhões relacionada a pendências como IPTU e taxas de condomínio, que também contribuem para o agravamento de sua situação financeira.

A crise nos Correios levou a empresa a adotar diversas medidas de austeridade. Com o objetivo de conter os gastos, a empresa implementou um teto de R$ 21,96 bilhões para os custos operacionais e tomou ações como suspender contratações de terceirizados, renegociar contratos e limitar renovações de aluguéis.

No entanto, essas ações não foram suficientes para impedir uma revisão da previsão de receita para 2024. A estimativa inicial de R$ 22,7 bilhões foi reduzida para R$ 20,1 bilhões, o que resultará em um prejuízo estimado de R$ 1,7 bilhão.

Apesar da crise, os Correios confirmaram a realização de um concurso público com 3.511 vagas, afirmando que as provas e contratações ocorrerão conforme o previsto.

A empresa também destacou que não houve demissões ou rompimento de contratos, o que demonstra que, apesar das dificuldades financeiras, as operações continuam em andamento.

Situação atual

A situação atual dos Correios gera críticas à gestão da empresa, com alguns questionando como os problemas financeiros foram conduzidos.

O governo Lula, que atualmente comanda a estatal, enfrenta pressão tanto da opinião pública quanto do setor político.

O governo anterior, sob a gestão de Jair Bolsonaro, também viu a empresa apresentar lucro em três dos quatro anos de sua administração. Mas o cenário atual de déficits e atrasos já gerou sérias preocupações quanto à sustentabilidade financeira dos Correios e à continuidade dos serviços essenciais prestados pela estatal.

Futuro da empresa

Com o futuro da empresa em risco, a situação dos Correios exige uma solução urgente. Seja por meio de renegociações financeiras ou de reformas estruturais profundas para garantir sua viabilidade a longo prazo. A crise financeira pode afetar diretamente a qualidade do serviço prestado. Dessa forma, impactando a vida de milhões de brasileiros que dependem dos Correios para diversos serviços essenciais.