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- Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira (28)
- Investidores, contudo, monitoram as expectativas de restrição de oferta pela Opep+
- O ataque de Israel a Rafah, na Faixa de Gaza, no entanto, continua a influenciar o mercado
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 28, após feriados em Londres e Nova York. As tensões geopolíticas no Oriente Médio, especialmente a reação às ações de Israel na Faixa de Gaza, aumentam os prêmios de risco da commodity. Além disso, investidores monitoram as expectativas de restrição de oferta pela Opep+, com a reunião do grupo prevista para o próximo final de semana.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para julho subiu 2,71% (US$ 2,11), fechando a US$ 79,83 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para agosto aumentou 1,28% (US$ 1,06), fechando a US$ 83,94 por barril.
O ataque de Israel a Rafah, na Faixa de Gaza, continua a influenciar o mercado, com críticas internacionais à ofensiva. Em resposta, Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente o Estado da Palestina nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, em 1967, incluindo Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Cortes de produção
O ING projeta que a Opep+ continuará com os cortes de produção durante a reunião do próximo domingo.
“Há um risco de que a Opep+ aperte demais o mercado no terceiro trimestre deste ano”, alerta.
“Os receios geopolíticos e de oferta parecem regularmente impulsionar temporariamente os preços do petróleo. No entanto, o mercado petrolífero parece ter aumentado a sua resiliência aos choques de oferta ao longo dos últimos anos, o que continua a ser pouco reconhecido”, comenta Julius Baer.
“Até agora, o ano trouxe muito ruído geopolítico. Os preços do petróleo subiram acima dos US$ 90 em abril, devido aos receios de uma escalada das tensões no Oriente Médio. Durante estas fases, o mercado petrolífero incorpora temporariamente um prêmio de risco, que reflete a incerteza e os receios em torno de potenciais perturbações no fornecimento na região”, avalia.
Embora o Oriente Médio continue crucial para o abastecimento de petróleo, a dependência da região diminuiu. O banco, portanto, destaca a capacidade de produção excedente, o aumento da produção em países como Estados Unidos, Brasil e Guiana, e o amplo armazenamento de óleo como fatores que diversificam as opções de comércio.
Exploração de petróleo na costa brasileira é essencial, diz Magda
A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu, nessa segunda-feira (27), que o avanço das atividades exploratórias na costa brasileira, incluindo a Margem Equatorial, é essencial para garantir a segurança energética do país e o abastecimento interno de combustíveis. Em sua primeira entrevista depois de tomar posse, ela comentou a situação envolvendo o plano de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas, que enfrenta resistência no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Magda mencionou o compromisso assumido pela empresa de zerar as emissões de carbono em 2050. Alcançando, assim, o net zero, expressão que vem sendo adotada mundialmente.
“O MMA precisa ser mais esclarecido sobre a necessidade do país e da Petrobras de explorar petróleo e gás até para liderar a transição energética. Tem muito investimento sendo feito na direção do net zero: projetos grandiosos de captura de CO2, produção de energia renovável e derivados e petróleo verdes, esforços na direção do hidrogênio. Vamos investir nessa diversidade de geração de energia”, afirmou.
A exploração de petróleo na foz do Amazonas, no entanto, desperta preocupações de grupos ambientalistas, que veem risco de impactos à biodiversidade. Em maio do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), autarquia vinculada ao MMA, negou o pedido da Petrobras para realizar atividade de perfuração marítima do bloco FZA-M-59.
A Petrobras apresentou pedido de reconsideração. No mês passado, o Ibama considerou que a nova solicitação não pode ser analisada sem os estudos relativos ao impacto para os povos indígenas. A estatal, no entanto, sustenta que essa exigência é ilegal neste momento e que ela deve ser apresentada futuramente, em outra fase do processo de licenciamento.
Magda defendeu a preocupação da Petrobras com questões relacionadas à sustentabilidade. “Estamos ofertando, em termos de cuidados com o meio ambiente, muito mais do que a lei demanda”, afirmou a presidente da Petrobras. De acordo com ela, a trajetória da empresa é prova de sua preocupação com a questão ambiental. Como exemplo, lembrou o surgimento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool) na década de 1970.
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