Os planos de saúde empresariais no Brasil enfrentarão um desafio significativo em 2024. Há um aumento previsto de 25% nos custos que pode afetar cerca de 41 milhões de pessoas. Essa notícia é resultado de diversos fatores, incluindo a inflação médica, que superou a inflação oficial e algumas questões relacionadas à regulação do setor.
Mas por que o aumento? A inflação médica no Brasil foi três vezes maior que a inflação oficial, com um aumento de 14,1% no ano passado, em comparação com a média global de 10,1%. Os custos dos insumos médicos no país superaram a média mundial, de acordo com a consultoria AON.
Além disso, o Brasil impõe limitações à oferta de planos de saúde com coberturas especializadas, o que aumenta os custos. Ao calcular o reajuste, as operadoras também consideram as fraudes e o uso excessivo, o que pode resultar em um aumento de até 25% nos planos de telefone para empresas.
Desafios brasileiros
O Brasil, como o maior país da América Latina em população e território, enfrenta desafios amplos, como eficiência operacional e distribuição de recursos no setor de saúde. A falta de oferta de planos com coberturas mais acessíveis e especializadas contribui para os aumentos significativos nos custos.
Uma das principais razões para esses aumentos é a falta de regulação nos planos empresariais pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Enquanto os planos familiares e individuais têm seus índices de reajuste regulados, os planos empresariais não possuem essa supervisão. No ano passado, o reajuste para planos familiares e individuais foi de 9,63%, enquanto para 2024, há uma previsão de um aumento de 8,7%.
Estratégias das operadoras
Para evitar a regulação da ANS, as operadoras têm reduzido a oferta de planos individuais e familiares. Uma estratégia comum é oferecer planos empresariais mais acessíveis, conhecidos como “pejotinhas,” para pequenas empresas, que utilizam o CNPJ para contratar planos para seus funcionários e familiares. No entanto, esses planos podem surpreender com reajustes não limitados, alcançando até 40%.
Impacto nos clientes
O aumento dos planos de saúde empresariais tem impactado diretamente os clientes. Muitos se veem forçados a procurar alternativas devido ao aumento significativo nas mensalidades. No entanto, encontrar opções acessíveis tem sido um desafio, o que leva os segurados a considerarem difícieis decisões.
O aumento na utilização dos planos de saúde após a pandemia tem sido um fator significativo nos aumentos de custos. A proporção das receitas destinadas ao atendimento médico aumentou de cerca de 80% antes da pandemia para 89,2% em 2023. Além disso, as fraudes e o desperdício também contribuem para o aumento dos custos.
O aumento de 25% nos planos de saúde empresariais em 2024 reflete a complexidade do sistema de saúde no Brasil. A falta de regulação nos planos empresariais e os desafios enfrentados pelo setor contribuem para esse aumento substancial, afetando milhões de brasileiros. É crucial para os consumidores e autoridades que haja um debate contínuo sobre como equilibrar a necessidade de assistência médica com a acessibilidade dos planos de saúde.
O que é inflação médica?
Na área da saúde, inflação médica é simplesmente como os custos das empresas de saúde aumentam ao longo do tempo. Isso inclui o aumento dos preços de serviços e produtos médico-hospitalares e com que frequência as pessoas usam esses serviços, desde remédios até procedimentos médicos e tratamentos.