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- A PF prendeu Moacir José dos Santos em Cascavel (PR) com apoio da Guarda Municipal, após ele fugir para a Argentina
- Ele recebeu uma sentença de 17 anos de prisão por sua participação nos ataques de 8 de janeiro, incluindo tentativa de golpe
- Em junho deste ano, as autoridades argentinas informaram ao governo brasileiro que cerca de 60 pessoas procuradas pela Justiça estavam no país vizinho
A Polícia Federal (PF) prendeu, na tarde do último sábado (9), um homem condenado pelos ataques violentos de 8 de janeiro de 2023, que havia fugido para a Argentina. O preso, que estava foragido desde abril deste ano, foi capturado em Cascavel, no Paraná, quando retornava ao Brasil. A ação contou com o apoio da Guarda Municipal de Cascavel, como informou a PF por meio de nota oficial.
A PF não divulgou inicialmente o nome do detido, mas fontes da CNN Brasil confirmaram que se trata de Moacir José dos Santos. Em outubro de 2023, a justiça o condenou a 17 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio.
Santos havia sido preso em flagrante no próprio dia 8 de janeiro de 2023, durante os ataques ao Palácio do Planalto, quando foi encontrado no local e teve seu telefone celular apreendido. Através do celular, as autoridades concluíram que ele teve participação ativa nos atos violentos que marcaram aquele dia.
Ações de busca e extradição
Em junho deste ano, as autoridades argentinas informaram ao governo brasileiro que cerca de 60 pessoas procuradas pela Justiça estavam no país vizinho. A partir dessa informação, o Brasil iniciou os procedimentos formais para solicitar a extradição desses indivíduos. A captura de Santos faz parte desse esforço conjunto de combate à impunidade e ao resgaste da ordem democrática.
Além dessa prisão, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também prendeu outro foragido envolvido nos eventos de 8 de janeiro. Rubem Abdalla Barroso Júnior, de 46 anos, foi detido na BR-290, em Rosário do Sul (RS), após ser localizado no Uruguai e retornar ao Brasil. Ele estava escondido no país vizinho e teria voltado para o Brasil com a intenção de comprar uma geladeira.
Os ataques de 8 de janeiro de 2023
No dia 8 de janeiro de 2023, um grupo de manifestantes radicalizados invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes em Brasília — o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) — em um protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro lideraram o ato, amplamente caracterizado como uma tentativa de golpe de Estado, por não aceitarem os resultados das urnas.
O STF divulgou que 265 pessoas foram condenadas pelos crimes cometidos no dia 8 de janeiro, com penas variando de 15 a 17 anos de prisão. Elas foram condenadas pelos crimes de associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de outros atos de vandalismo e destruição do patrimônio público. Além disso, a Corte também registrou quatro absolvições.
Até o momento, as autoridades assinaram 476 acordos de não persecução penal, um mecanismo jurídico que permite beneficiar acusados que não participaram diretamente da depredação dos prédios com penas alternativas. Essas alternativas incluem prestação de serviços à comunidade, pagamento de multas e participação em cursos sobre democracia e Estado de Direito. Os acordos têm tratado dos envolvidos nos ataques que não foram considerados líderes ou os principais responsáveis pelos atos violentos.
O futuro das investigações
A captura de Moacir José dos Santos e outros foragidos é um passo importante para a responsabilização dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. A Polícia Federal intensifica as operações para localizar os fugitivos restantes e garantir que todos os responsáveis sejam levados à Justiça.
A ação contínua do governo federal e das forças de segurança reforça o compromisso com o fortalecimento da democracia e da ordem constitucional no país, especialmente após os episódios de violência que abalaram Brasília e todo o Brasil no início de 2023.
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