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- O Grupo Ultra reintroduz a marca Texaco no Brasil, começando com a inauguração de um posto em Palhoça, SC, nesta quinta-feira
- Após a abertura em SC, a empresa planeja abrir mais dois postos no estado e expandir para o Rio de Janeiro e São Paulo
- A Ipiranga firmou um contrato de licenciamento com a Chevron, ampliando uma parceria que começou em 2018 com a venda de lubrificantes Texaco
- As pessoas percebem a Ipiranga como uma marca brasileira acolhedora, enquanto a Texaco se destaca internacionalmente pela sua tecnologia e performance
- A rede Galo terá exclusividade para expandir a Texaco em Santa Catarina, promovendo uma abertura orgânica com mínima conversão de postos Ipiranga
O Grupo Ultra está revitalizando a presença da marca Texaco no Brasil, apostando na força de uma marca internacional que ressoa com o público A. Com a inauguração do primeiro posto Texaco marcada para amanhã na cidade de Palhoça, em Santa Catarina, a empresa planeja abrir mais dois estabelecimentos no estado até o final do ano, com planos de expansão para o Rio de Janeiro e São Paulo em um futuro próximo.
A Ipiranga, parte do Grupo Ultra, firmou um contrato de licenciamento com a Chevron, que já é um parceiro estratégico desde 2018, quando as duas companhias estabeleceram uma joint venture para comercializar lubrificantes Texaco no Brasil.
Joint venture
Esta joint venture, chamada Iconic, alcançou um notável market share de 20,1% e, diante dos bons resultados, as empresas iniciaram diálogos para explorar novas oportunidades de colaboração, levando à decisão de reintroduzir os postos Texaco.
“Fizemos estudos não-estimulados e estimulados e ficamos surpresos que a Texaco é a quarta marca de postos mais lembrada pelos brasileiros, atrás apenas da Ipiranga, Shell e BR,” Bárbara Miranda, a vp de marketing e desenvolvimento de negócios.
A história da Texaco no Brasil remonta a 1915, com a abertura do primeiro posto em 1950. A marca operou no país até 2008, quando decidiu se retirar, contabilizando cerca de 2 mil postos em operação na época.
A saída da Texaco resultou na venda desses postos para o Ultra, que rebranding todos para a Ipiranga. Agora, com o retorno da Texaco, há uma clara estratégia de complementação entre as duas marcas.
Atrair consumidores
Bárbara, executiva do Grupo Ultra, enfatizou que a Ipiranga é vista como uma marca “brasileira, próxima e calorosa”. Enquanto a Texaco se destaca como uma “marca internacional, especializada e reconhecida pela sua performance e tecnologia. A intenção é atrair consumidores que já conhecem a Texaco de suas experiências no exterior e que buscam produtos de alta performance, especialmente os combustíveis aditivados.
“A Texaco é muito conhecida pelo seu aditivo Techron, que é muito focado na limpeza e na lubrificação do motor,” aponta ela.
“Nossa expectativa é que o share dos aditivados no consumo de gasolina dos postos Texaco seja superior à média do Brasil.
Atualmente, os combustíveis aditivados representam cerca de 20% do mercado no Brasil, um número que se alinha ao share da Ipiranga. Com esse cenário, o Ultra espera que os postos Texaco possam gerar uma rentabilidade superior à da Ipiranga, mesmo considerando os royalties que a empresa terá que pagar à Chevron.
“É claro que para extrair essa maior rentabilidade, o posto precisa estar na localização correta, numa região que tenha esse perfil de público”, completa.
O primeiro posto Texaco será operado pela rede Galo, um revendedor que já possui 30 postos, sendo 24 da Ipiranga e 6 de bandeira branca. Para a expansão da Texaco, o Ultra adotou um modelo inovador, garantindo exclusividade regional aos revendedores.
Por exemplo, a rede Galo terá a exclusividade para expandir a marca em todo o estado de Santa Catarina, com a possibilidade de buscar outros revendedores se a Galo decidir não abrir um posto em uma determinada localidade.
Um aspecto interessante é que Paulo Ávila, fundador da rede Galo, tem um histórico pessoal com a Texaco. Na sua adolescência, ele trabalhou em um posto Texaco que pertencia a seu pai.
De forma “orgânica”
Bárbara afirmou que a equipe abrirá os novos postos de maneira orgânica, realizando poucas conversões de postos Ipiranga em Texaco.
“Poderá haver casos isolados, caso a marca se alinhe melhor ao perfil da região, mas o objetivo é que a Texaco complemente e amplie a rede atual”, explicou.
“Se fôssemos focar em expandir os volumes só com a marca Ipiranga, uma hora íamos começar a ter canibalização. Com a Texaco isso não acontece, porque podemos migrar postos de outras bandeiras concorrentes para ela, em regiões onde já temos Ipiranga”, conclui.
Com a reintegração da Texaco ao mercado, o Ultra vê uma oportunidade significativa para aumentar o volume de vendas. Atualmente, a Ipiranga opera mais de 6 mil postos em todo o Brasil, e a expectativa é que a Texaco contribua ainda mais para o crescimento do grupo no setor de combustíveis.
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