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O Guia do Investidor já fez um post sobre “Como analisar uma ação?”, e nele, elencamos alguns pontos importantes no momento de escolha de um ativo. Entretanto, hoje o ensinamento será sobre a pista contrária: quando vender uma ação?
Tão importante quanto saber quando abrir posição, é saber quando fechá-la. Por isso este artigo.
Dessa forma, é necessário entender primeiramente que as oscilações nos preços da ação não necessariamente indicam o “momento de vender”. Isto porque muitas coisas influenciam nos preços, mas o andamento do negócio em si que faz a diferença.
É comum que muitos investidores se sintam na obrigação de vender suas ações quando os preços da mesma sobem. Assim sendo, querendo pôr o lucro no bolso e correr pra casa.
Todavia, um investidor de longo prazo, que acredita no negócio da empresa, precisa olhar pra além do preço. Se uma empresa mostra crescimento e lucratividade constante, espera-se que seu preço continue a subir. E é aí onde o investidor de longo prazo realmente aumentará seu patrimônio.
A lista inclui:
- Alteração nos Fundamentos
- Valor Instríseco
- Encontrar uma nova oportunidade
- Rebalanceamento de carteira
Enfim, vamos aos motivos para vender uma ação.
Índice de conteúdo
1) Alteração nos Fundamentos
Uma das mentalidades comuns dos investidores é a de se sentir dono da empresa na qual investe. Desse modo, o investidor entende o negócio da companhia, seus resultados, endividamento, acompanha as notícias.
No post “Como analisar uma ação?” mostramos como analisar os aspectos financeiros de uma empresa. Tais aspectos, quando comparados os do momento da compra com os atuais, podem ajudar a decidir quando vender uma ação.
Isto é, entender os fundamentos de uma empresa fará com que você compreenda o momento ideal para você sair. Se você comprou uma ação por um motivo, e hoje ela não demonstra mais cumprir com tal requisito, talvez ela não faça mais sentido pra você.
Portanto, se você comprou ações de uma empresa por seu alto crescimento, tanto de market share quando de lucro, e hoje ela é líder em ambos os pontos e sem muito espaço para crescer, talvez seja o momento de vender a ação. Entretanto, se a companhia já é enorme, talvez ela adote uma postura de pagamento de dividendos, e nesse novo momento, pode fazer sentido para você.
Tudo é questão de fazer ou não sentido para você, afinal, você é o investidor.
Além disso, o investidor pode contratar uma research (casa de análise independente) para lhe clarear as ideias. Tais researchs são compostas por analistas profissionais, e por não serem de um banco ou corretora, passam longe de possíveis conflitos de interesse.
Ademais, você pode até mesmo contar com os serviços de um consultor de investimentos. O Guia do Investidor fez um post sobre, caso queira, leia-o aqui.
2) Valor intrínseco
Você sabe o que é valor intrínseco? Pois bem, iremos explicar. A compreensão de tal conceito é importante para saber quando vender uma ação.
O valor intrínseco de uma ação pode ser compreendido como o preço justo dela. Dessa forma, nem sempre corresponderá ao preço que pisca na tela de seu home broker. Isto porque preço é diferente de valor.
De acordo com Warren Buffet, “o preço é o que você paga, o valor é o que você ganha”.
Portanto, para se achar o preço justo de uma ação se usa o famoso valuation, que consiste em achar o real valor da ação. Assim sendo, com o preço justo, o investidor terá uma base para saber quando vender uma ação. E, além disso, buscará comprar empresas negociadas abaixo desse preço.
Entretanto, vale lembrar que tal valor intrínseco tem uma certa subjetividade, diferindo de analista pra analista.
Dentro da análise fundamentalista existem várias formas de se achar tal valor, como por exemplo:
- Análise de Fluxo de Caixa Descontado (FCD), ou em inglês, discounted cash flow;
- Modelo de Gordon;
- WACC (Weighted Avarage Cost of Capital), ou custo médio ponderado do capital.
Saber fazer um bom valuation guia as tomadas de decisão do investidor. Portanto, com ele, você terá uma ideia de quando comprar e quando vender uma ação.
3) Encontrar uma nova oportunidade
No meio de sua jornada como investidor, é comum que você encontre outras oportunidades melhores. Isto é, por exemplo, uma outra ação ainda mais descontada, com potencial upside superior e significativo em relação a uma posição atual.
Dessa forma, deve-se avaliar o risco/retorno da aplicação, além do custo de oportunidade.
Além disso, há momentos econômicos onde há mais vantagens abrir um negócio, por exemplo. Quando as taxas de juros estão baixas – Selic – fica mais barata conseguir empréstimo para capital de giro. Assim sendo, um custo menor para crescer seu negócio.
Vender uma ação com o objetivo de investir em algo mais lucrativo é inteligente. Entretanto, deve ser feito uma boa análise, projeções e em caso de abrir o próprio negócio, um business plan, para auxiliar na tomada de decisão sobre quando vender uma ação.
4) Rebalanceamento de carteira
Todos que investem sabem como é importante diversificar sua carteira, entre classes de ativos e setores, na tentativa de diluir riscos. Todavia, em algum momento sua carteira fugirá das proporções que você preestabeleceu. Dessa maneira, você deve rebalanceá-la.
Bom, há duas maneiras de rebalancear: vender posição ou então aportar mais nos ativos com menor proporção.
Quando uma determinada ação se valoriza muito, desbalanceando a carteira, você pode vendê-la. Porém, isso não significa que você deixou de acreditar no negócio da companhia ou então que a mesma perdeu seus fundamentos. Apenas significa que ela se valorizou muito, e uma parte dela pode ser convertida em lucro.
Mas por que fazer isso?
Ora, manter grande exposição em um determinado ativo ou setor te deixa vulnerável a uma grande reviravolta. Isto é, se você tem 40% da sua carteira no setor de varejo – por exemplo – e o mesmo cai, digamos que, 50%, você perdeu 20%, momentaneamente, da sua carteira. Isso só ocorreu devido a sua grande exposição ao setor.
Dessa maneira, uma grande exposição pode indicar um bom momento de quando vender uma ação.
Conclusão
Há momentos em que o mercado fica no vermelho, é comum, a economia é cíclica e a bolsa também. Saber manter a calma e a confiança nos seus investimentos, e saber que, se suas escolhas foram conscientes, esse não é o momento de vender uma ação.
Entender os momentos desses ciclos é fundamental para “bater o mercado” e não seguir o movimento errado. Dessa forma, não deixando a euforia tomar as decisões por você.
Entretanto, o investidor não deve ser cego, e deve saber reconhecer quando errou, pois, não entender quando vender uma ação pode custar caro.
Isso porque, ficar comprado em uma empresa que você julgou boa, mas que na verdade não é, te dará prejuízo. Saber reconhecer tal equívoco é necessário.
Por fim, espero que agora você – investidor – possa pensar mais sobre quando vender uma ação e tomar a decisão correta. O burburinho do mercado faz com que tomemos medidas precipitadas, e essas também custam caro.
Além disso, gostaria de mais uma vez convidá-lo a ler nosso post sobre “Como analisar uma ação?”, feita com muito embasamento. No post, elencamos indicadores de rentabilidade, crescimento, endividamento e preço, além de falar sobre governança corporativa e sua importância para a companhia.
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