Continua após o anúncio
O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3;PETR4) aprovou, pela manhã, o pagamento de mais de R$ 78 bilhões em dividendos aos seus acionistas. A União deve ficar com cerca de 37% desse valor, o que equivale a mais de R$ 28 bilhões.
Assim, segundo comunicado, a Petrobras aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 6,7320 por ação PN e ON em circulação. O pagamento será feito em duas parcelas, sendo a primeira em 31/8, no valor de R$ 3,366/ação, e a segunda, em 20/9, de R$ 3,366/ação. O ativo alcançara o status de “ex-dividendos” em 12/8.
De acordo com o fato relevante, o dividendo proposto está alinhado à Política de Remuneração aos Acionistas, que prevê que, em caso de endividamento bruto inferior a US$ 65 bilhões, a companhia poderá distribuir aos seus acionistas 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e as aquisições de ativos imobilizados e intangíveis (investimentos). Além disso, segundo a estatal, a Política também prevê a possibilidade de pagamento de dividendos extraordinários, desde que sua sustentabilidade financeira seja preservada.
Após a divulgação do comunicado, as ações da Petrobras avançam: Petrobras ON (PETR3) avança 3,12% (R$ 35,07), máxima do dia, e Petrobras PN (PETR4) sobe 3,64% (R$ 32,49).
O que esperar do 2T22?
Quando a Petrobras (PETR3;PETR4) divulgou seu balanço do primeiro trimestre de 2022, analistas esperavam de forma consensual um bom resultado e o destaque, por isso, ficou para a distribuição de proventos. Nesta temporada do segundo trimestre, o cenário não é muito diferente, com a diferença de que os dividendos podem chamar ainda mais atenção.
Além disso, nesta semana, circulou a notícia de que o Governo Federal pediu para as estatais anteciparem a distribuição de caixa para seus acionistas e o conselho da Petrobras teria discutido essa possibilidade internamente.
“Para este trimestre, esperamos que a empresa anuncie US$ 12 bilhões em dividendos, porém, caso a empresa antecipe valores, não descartamos a possibilidade desse nível aumentar para US$ 16 bilhões”, comentam os analistas do Bradesco BBI, em relatório.
O que dizem os analistas?
A Petrobras viu, segundo sua prévia operacional, sua produção de barris de óleo ou equivalentes (boe) cair 5,1% tanto na base anual quanto na trimestral trimestral. Mesmo assim, o esperado pelos analistas do banco é que a companhia veja seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) crescer 49% na comparação com o mesmo período do ano passado e 14% na com o primeiro trimestre, chegando a R$ 89,1 milhões.
“Teremos um bom crescimento sequencial, principalmente pelos preços mais altos do petróleo, que subiram 13% no trimestre, e pelo aumento dos preços dos combustíveis no Brasil”, comenta o BBI. “Eles mais do que compensarão a queda de produção e o fortalecimento de 6% do real no período”.
Já o BofA, vê o preço do petróleo saltando 15% na base trimestral, a US$ 112,85 em média, e o Ebitda deste braço ficando em R$ 76,3 bilhões. Para o segmento de refino, a perspectiva é de um Ebitda com alta de 45% no trimestre e 101% no ano, para R$ 10,5 bilhões, com “preços de produtos mais altos”.
No lucro líquido, a maioria dos bancos, no entanto, vê um leve recuo na base trimestral – de 5% para o BBI, para R$ 40,8 bilhões, de 11,7% para o BBA, para R$ 39,7 bilhões, e de 8% para o BofA, para R$ 41,04 bilhões. Segundo os bancos, isso se deve por conta de efeitos não-caixa causados pela depreciação do real no fim do primeiro trimestre, que pesaram sobre a dívida em dólares.
De acordo com o consenso Refinitiv com analistas, a companhia deve registrar lucro de R$ 38 bilhões, Ebitda de R$ 83,27 bilhões e receita de R$ 162,39 bilhões.
Follow @oguiainvestidor
DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.