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Refinaria alvo de corrupção e calote da Venezuela tem obras retomadas

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Lula retorna à refinaria Abreu e Lima para impulsionar capacidade de refino e relembrar parceria frustrada com a Venezuela.

O presidente Lula retornou à refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, Pernambuco, para lançar a segunda fase das obras que visam aumentar a capacidade de refino do local. Esta refinaria, no entanto, teve uma história tumultuada, marcada por escândalos de corrupção e mudanças de rumo. Inicialmente, era para ser uma parceria entre a Petrobras e a PDVSA venezuelana, mas o acordo fracassou. O projeto, que começou parcialmente em 2014, está agora em sua segunda etapa. Lula aproveitou a ocasião para relembrar os laços políticos entre ele e o falecido Hugo Chávez, além dos desafios enfrentados pela Petrobras na época.

Lula retorna à refinaria Abreu e Lima para marcar a segunda fase das obras e relembrar a frustrada parceria com a Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a refinaria Abreu e Lima, localizada em Ipojuca, Pernambuco, para lançar a segunda etapa das obras destinadas a aumentar a capacidade de refino da refinaria. No entanto, essa refinaria tem uma história complexa e tumultuada.

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Inicialmente, a refinaria Abreu e Lima seria uma parceria entre a Petrobras e a PDVSA, a petrolífera venezuelana, com o acordo assinado durante o primeiro mandato de Lula e Hugo Chávez. O projeto estava concluído, mas as operações começaram de forma parcial em 2014, com o chamado “trem 1”, que tinha capacidade para refinar cerca de 100 mil barris por dia. No entanto, o “trem 2” previsto no projeto nunca foi concluído.

A parceria com a Venezuela enfrentou dificuldades e, em 2011, a Petrobras anunciou que não havia chegado a um acordo com a PDVSA, que acabou se retirando do projeto sem investir um centavo. Um dos pontos cruciais desse desacordo foi a oferta de óleo cru venezuelano como parte do pagamento, o que teria encarecido ainda mais o projeto.

A visita de Lula à refinaria Abreu e Lima também serviu para relembrar os laços políticos entre ele e o falecido Hugo Chávez, bem como o interesse “estratégico” do Brasil na parceria com a Venezuela naquela época, devido à perspectiva de exploração de petróleo no país vizinho e às preocupações com as reservas de petróleo brasileiras naquela época.

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Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) apurou as consequências do fim da parceria, destacando os custos adicionais e a redução da lucratividade da Petrobras. O tratamento do petróleo venezuelano também exigiria investimentos significativos em uma refinaria para processamento.

A culpa foi do BNDES disse Chávez

Em 2009, a Petrobras e a PDVSA assinaram um acordo de associação, no qual a empresa venezuelana se comprometia a fazer um investimento inicial de R$ 854 milhões (equivalente a 1,9 bilhão em valores atuais) na Rnest (Refinaria Abreu e Lima), representando uma parte do capital social da nova empresa. No entanto, esse documento era meramente uma intenção e não estabelecia compromissos firmes.

Em 2011, Hugo Chávez culpou o Brasil pela falta de progresso no projeto, afirmando: “Temos o dinheiro à disposição, apenas falta que o BNDES aceite as garantias que a Venezuela está oferecendo”, sem especificar quais garantias seriam essas.

No entanto, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o Brasil já havia investido “mais de R$ 18 bilhões em contratos” entre 2007 e 2009, mesmo antes da formalização da parceria. Esse valor era significativamente maior do que o inicialmente aprovado para o Projeto Rnest na fase conceitual.

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O TCU também destacou que esses investimentos eram considerados “irreversíveis” e foram autorizados para uma obra que ainda estava em um estágio inicial de desenvolvimento, sem um plano de negócios definido e sem salvaguardas legais que protegessem a empresa parceira.


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