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- A inflação na Argentina desacelerou para 2,7% em outubro de 2024, o menor índice registrado em quase três anos, refletindo os esforços do governo de Javier Milei para controlar os preços
- O governo de Milei eliminou subsídios e desfez controles de preços, especialmente em setores como energia e aluguel, contribuindo para a desaceleração da inflação, apesar do aumento dos custos nesses segmentos
- Apesar da queda na inflação, a economia argentina enfrenta desafios como queda no consumo e baixo poder de compra, com a recessão ainda afetando a vida dos cidadãos
- O presidente argentino busca maior projeção internacional, com encontros planejados com Donald Trump e negociações para renegociar a dívida externa e obter apoio financeiro do FMI
A inflação na Argentina registrou 2,7% em outubro de 2024, o menor índice em quase três anos, marcando um avanço importante para o governo de Javier Milei. Este resultado surpreendeu positivamente tanto o mercado quanto membros da administração, que celebraram a desaceleração do índice.
Desde que Milei assumiu a presidência em dezembro de 2023, ele tem controlado a inflação, que passou de 25,5% ao ano, quando o economista ultraliberal chegou à Casa Rosada, para um patamar mais controlado. A inflação teve apenas duas acelerações, em junho e agosto, que estavam dentro das expectativas.
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Recuperação da pandemia
Para encontrar uma inflação mensal tão baixa, é necessário voltar a novembro de 2021, quando o país ainda se recuperava da pandemia de Covid-19. Apesar do acumulado de 107% de inflação desde o início de 2024, o dado de outubro se apresenta como um marco importante, pois mostra uma tendência de controle nos preços, um dos maiores desafios para o governo argentino.
A equipe econômica atribui a redução no ritmo de crescimento dos preços principalmente à desaceleração dos custos de aluguéis, água, eletricidade e gás. O governo tem promovido a recomposição dos preços desses setores após eliminar subsídios massivos.
Impacto das medidas econômicas de Milei
A estratégia de Milei para combater a inflação tem sido agressiva e de profundo corte de gastos, especialmente no que diz respeito à política de controle de preços do governo anterior, liderado por Alberto Fernández e Cristina Kirchner. Uma das primeiras ações de Milei foi pôr fim aos controles estatais que mantinham preços de produtos e serviços artificialmente baixos, o que causava distorções no mercado. Além disso, o governo de Milei interrompeu a emissão de moeda, congelou obras públicas e, com a canetada presidencial, limitou aumentos salariais em setores como o dos aposentados e docentes universitários.
Essas reformas, embora impopulares em alguns segmentos da sociedade, têm sido vistas como necessárias para restaurar a estabilidade econômica do país, e o índice de outubro é um reflexo dessa estratégia. O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, comemorou o resultado, afirmando que “hoje já não temos os preços regulados de três anos atrás, nem a brutal brecha entre as cotações do dólar, nem o ‘xamanismo’ econômico do kirchnerismo”.
A desaceleração da inflação e seus desafios
Embora a desaceleração da inflação seja um avanço, o país ainda enfrenta graves desafios econômicos. O consumo está em queda e os indicadores de poder de compra estão entre os mais baixos da última década. O aumento salarial que começou a ocorrer em setembro, com uma média de 4,7% — superior aos 3,5% da inflação no mesmo mês — oferece alguma esperança de recuperação.
No entanto, as famílias argentinas ainda sentem o impacto da alta inflação dos últimos anos, experimentando uma queda drástica em seu poder aquisitivo.
Durante um evento em Buenos Aires, Milei afirmou que “a recessão terminou, estamos saindo do deserto, o país finalmente começou a crescer”, tentando passar uma mensagem de otimismo sobre o futuro econômico da Argentina.
O discurso, embora positivo, precisa ser sustentado por dados concretos, já que a recessão e a inflação elevados ainda afetam profundamente a vida dos argentinos. Em resposta, o governo de Milei aposta que, com a desaceleração da inflação e a estabilização de outras variáveis econômicas, o país estará em condições de iniciar um ciclo de crescimento sustentável nos próximos anos.
Perspectivas para o futuro e a política externa
Internacionalmente, o governo de Milei tem buscado uma maior projeção econômica, e sua agenda internacional tem sido uma peça-chave para sua estratégia. O presidente argentino se prepara para encontros importantes, incluindo uma reunião com Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, que pode ser uma oportunidade para renegociar a dívida externa e buscar mais apoio do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Além disso, a possibilidade de Marco Rubio, senador dos Estados Unidos, se tornar secretário de Estado em uma eventual administração de Trump gerou um otimismo adicional na Casa Rosada. Rubio, que visitou Buenos Aires em fevereiro, trocou elogios com Milei e manifestou interesse em apoiar a economia argentina.
A expectativa é que o governo de Milei possa obter mais apoio internacional para enfrentar os desafios econômicos internos, como a renegociação da dívida com credores internacionais e o acesso a novos recursos financeiros.
No entanto, a viabilidade dessas negociações, assim como a continuidade da queda da inflação e a recuperação do poder de compra da população, ainda são questões em aberto, que exigem uma abordagem cautelosa e eficaz.
Conclusão
Embora a inflação na Argentina tenha atingido o menor nível em três anos, o país ainda enfrenta um longo caminho para superar os danos causados pela recessão e pela alta dos preços nos últimos anos.
O governo de Javier Milei comemora a redução da inflação, que caiu para 2,7% em outubro, considerando-a uma vitória de suas políticas econômicas. No entanto, os argentinos ainda enfrentam os desafios de uma economia em recuperação. Milei trabalha para equilibrar as duras reformas internas com uma política externa focada em atrair investimentos e renegociar a dívida, com o objetivo de garantir um crescimento sustentável no futuro.
Para muitos, o futuro econômico da Argentina dependerá da continuidade dessas reformas e da capacidade do governo de recuperar o poder de compra da população.
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