- Simone Tebet anunciou que o governo está confiante para concluir as rotas previstas
- O objetivo até 2026 é fortalecer a conectividade do Brasil com diversos países da América do Sul
- A iniciativa visa não apenas fortalecer a economia nacional
Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento pelo MDB, anunciou nesta quinta-feira (18), que o governo federal está confiante em concluir três das cinco rotas previstas. Dessa forma, no programa Rota da Integração até 2026. Este programa, integrado ao Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), segundo Tebet, não terá impacto fiscal nem resultará em endividamento para o país.
O objetivo até 2026 é fortalecer a conectividade do Brasil com diversos países da América do Sul. Facilitando o acesso aos mercados asiáticos, em particular à China. Tebet destacou setores estratégicos como carne, agroindústria e celulose, que se beneficiarão diretamente da expansão das rotas comerciais propostas pelo programa.
A iniciativa visa não apenas fortalecer a economia nacional. Mas também ampliar as oportunidades de comércio internacional, promovendo o desenvolvimento sustentável e a competitividade do Brasil no cenário global.
“A Rota da Integração é tudo que queremos para o Brasil”, aponta Tebet, em participação no programa Bom dia, Ministra, da EBC. “Significa mais emprego, mais renda, mais qualidade de vida.”
Segundo ela, a rota poderá reduzir significativamente o tempo de transporte de cargas, estimando uma diminuição de até 10 dias, de maneira conservadora. Em situações específicas, essa redução pode chegar a até três semanas, conforme mencionado por Tebet.
A expectativa é que o Brasil possa quase dobrar sua produção para exportação para países da América do Sul. Além dos benefícios em tempo de transporte, a ministra também prevê que produtos asiáticos possam se tornar mais acessíveis no mercado nacional.
Haddad derruba plano de Tebet sem soluções para o arcabouço
Em entrevista ao Estadão/Broadcast na última quinta-feira (9), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rejeitou a proposta de acabar com a indexação do salário mínimo. Técnicos de ambas as pastas, de forma reservada, levantaram essa sugestão, não apenas a Ministra do Planejamento, Simone Tebet. Eles expressaram preocupação com uma possível bomba-relógio fiscal que poderia desestabilizar a situação econômica.
“Houve um debate, na época da discussão da política de valorização do salário mínimo, em que a Fazenda defendeu que o indexador do mínimo fosse o PIB per capita e a posição da Fazenda foi vencida”, disse o ministro.
O ministro sugeriu que a solução reside em identificar fontes de financiamento para cobrir essas despesas.
“A Previdência tem um custo e precisamos encontrar meios de financiamento para honrar os compromissos assumidos pelo país”, afirmou.
Nesse caso, Haddad “confunde a origem do problema”, que é o crescimento acelerado desses gastos. E, não apenas a falta de receitas, ultrapassando o limite de 2,5% estabelecido pelo arcabouço fiscal. Isso significa que se os gastos da Previdência aumentam, outras áreas precisam crescer menos, ou até mesmo reduzir, para que tudo permaneça dentro do teto máximo permitido pela regra.
Dificuldades políticas
O ministro também mencionou as dificuldades políticas em alterar os pisos da saúde e da educação, que atualmente o governo vincula às suas receitas. No entanto, ele observou que essa vinculação acaba prejudicando “as áreas desprotegidas” do Orçamento.
Em um cenário extremo, essas três despesas (Previdência, saúde e educação) acabarão consumindo todos os gastos discricionários do governo, como investimentos e custeio, o que, na prática, resultará na paralisação da máquina pública.
Economistas temem que o presidente Lula possa decidir flexibilizar o teto de 2,5% antes mesmo de chegar a esse ponto. Assim, ampliando ainda mais a margem de gastos. Isso poderia distanciar ainda mais a estabilização da dívida pública, afetando o dólar, a inflação e a taxa básica de juros.
O ministro mais uma vez delegou a agenda de cortes para a pasta de Tebet, embora tenha defendido um projeto para acabar com os supersalários no funcionalismo público. No entanto, todos consideram isso insuficiente para atender à necessária agenda de cortes.