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Segundo um estudo global da Pegasystems Inc, empresa de software americana, realizada pela Savanta, consultoria de pesquisa de mercado, com quatro mil funcionários nas Américas, Europa, Oriente Médio, África, e nas regiões de Ásia e Pacífico, incluindo o Brasil, para entender a evolução da complexidade dos negócios, foi apontado que 42% dos entrevistados consideram que a transformação digital tornou seus trabalhos mais complexos.
No Brasil, mesmo com muitos projetos para se adaptar à nova realidade digital, estabelecida pela pandemia, apenas 19% dos entrevistados pontuam que a transformação digital tornou seus trabalhos muito menos complexos, 30% acham que tornou o trabalho um pouco menos complexo, e 12% acham que não teve nenhum impacto.
Entre os motivos que levaram a esses resultados, acredita-se que a concentração nos elementos errados ou a ineficiência nas iniciativas foram os principais fatores. Inclusive, chegou a gerar complexidade nas atividades exercidas pelos funcionários, como por exemplo, no gerenciamento de sobrecarga de informações, navegação pelos processos internos e burocráticos, gestão de pessoas e projetos, acompanhamento de mudanças e falta de recursos.
Para Nanda Nogueira, CEO da Closedgap, empresa de consultoria que oferece soluções de transformação digital, é preciso tomar cuidado para que essa transformação não se torne apenas uma digitalização do trabalho.
“Antes da pandemia, as pessoas percebiam como tudo estava mudando e se tornando mais fácil, rápido e digital, como pedir comida, fazer compras, usar aplicativo para mobilidade, entre outros, mas não havia necessidade delas mudaram todo o formato da sua empresa rapidamente para seguirem o mesmo modelo. Quando a pandemia chegou, elas se viam em uma encruzilhada, ou mudam seu formato para algo 100% remoto ou não seguiam em frente, e para isso acontecer, elas não tiveram tempo para se planejar”, explica a CEO.
Atualmente, vivendo esse pós-pandemia, ela complementa afirmando ser possível se organizar melhor agora, pois essa mudança não pode ser algo que acontece do dia para a noite, precisa ser constante e inovador, para sempre trazer resultados e ser, de fato, eficaz.
Outro ponto analisado é a concorrência, antes um serviço prestado ou fornecido em uma determinada região, hoje, o consumidor pode encontrar por um “clique” até de países estrangeiros. Ou seja, a competição por um espaço no mercado está cada vez maior.
“É importante entender que nessa busca rápida por uma transformação digital, muitas empresas pensam apenas na parte tecnológica e bruta, então ter equipamento e softwares parece ser a solução, mas é somente o primeiro passo. E dependendo da estratégia usada, pode ser um passo errado, porque se não é feita uma avaliação holística e global a respeito da corporação, com foco em liderança, gestão de pessoas, cultura do ambiente de trabalho e nos processos para eles serem mais adaptáveis, é possível cair em uma transformação ineficaz”, argumenta a Nanda.
Diante disso, a solução primeiramente é ter clareza e direcionamento, para saber onde e como chegar no seu objetivo. Depois compreender a gestão de pessoas, onde não basta apenas contratar os melhores funcionários, mas treinar uma equipe já existente para que possam trabalhar com a transformação digital dentro do ambiente corporativo. E por último, obter uma mudança no foco dos clientes, ou seja, “sair da caixa”, buscando o que é melhor para o público-alvo de cada empresa, sem apenas copiar o que já existe no mercado.
“Afinal, assim como nós, os consumidores também gostam de ser surpreendidos”, finaliza a especialista.
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