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- Desde sua chegada ao Brasil em 2008, o Twitter passou por momentos de grande relevância no mercado publicitário nacional
- Ao final de 2022, a rede contava com 24 milhões de usuários brasileiros, número que caiu para 22 milhões em janeiro deste ano, de acordo com a Snaq
- Com uma receita publicitária global de US$ 2,5 bilhões em 2023, o Twitter teve um impacto relevante no mercado brasileiro
Desde sua chegada ao Brasil em 2008, o Twitter, agora chamado de X, passou por momentos de grande relevância no mercado publicitário nacional. A rede social, que ficou fora do ar no sábado (31) após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a ser a quarta maior plataforma de publicidade do país em 2021. Dessa forma, atraindo considerável investimento do setor.
Ao final de 2022, a rede contava com 24 milhões de usuários brasileiros, número que caiu para 22 milhões em janeiro deste ano, de acordo com a Snaq. Desses, 9,3 milhões são usuários ativos mensais. No entanto, em agosto, Musk, que comprou o Twitter por US$ 44 bilhões em 2022, anunciou o encerramento das operações no Brasil. Dessa forma, resultando na demissão de cerca de 40 funcionários.
Entre 2017 e 2020, Fiamma Zarife liderou a rede social no Brasil e destacou que a plataforma tinha um papel que ia além da publicidade. Assim, consolidando-se como um canal essencial de comunicação e negócios no país.
“Além da publicidade das marcas, estamos trabalhando para oferecer consultoria estratégica às agências e empresas anunciantes. Como o mundo digital está conquistando mais verbas de marketing, temos a oportunidade de oferecer formatos inovadores dentro do timing certo”, afirmou Fiamma.
Desempenho importante
Com uma receita publicitária global de US$ 2,5 bilhões em 2023, o Twitter teve um impacto relevante no mercado brasileiro. Segundo Cristiane Camargo, CEO do IAB Brasil, entidade que promove o desenvolvimento da publicidade digital, a plataforma trouxe inovações marcantes desde seu lançamento.
“Estávamos em uma época de descoberta do que seria a publicidade digital e ainda havia um caminho intermediário para a publicidade offline.. Nessa época, as peças publicitárias tinham continuidade e sustentação de campanha no digital e as ferramentas de busca estavam encontrando seus lugares na indexação dos links patrocinados e muito SEO”, explica.
Camargo destaca que o Twitter expandiu o cenário digital, abrindo novas possibilidades e criando um ambiente dinâmico de conversas entre usuários e marcas. Essas interações geraram oportunidades inéditas para o engajamento entre empresas e seu público, consolidando o papel da rede como uma ferramenta importante para o mercado publicitário.
“Consolidou o que chamamos de senso de comunidade e deu espaço para um ambiente mais solto, além de uma visão pioneira de continuidade e ampliação das mensagens quando integradas aos outros meios. O Twitter, sem dúvida alguma, mostrou um caminho muito fértil na integração dos meios e abriu caminhos para a potência que existe nas conversas”, conclui Cristiane.
Para o publicitário Guilherme Jahara, sócio e co-CCO da Dark Kitchen Creatives, o formato ágil e dinâmico do Twitter permitiu que as marcas se conectassem rapidamente com tendências emergentes. Além de gerar diálogos relevantes e participar de momentos culturais em tempo real. Essa flexibilidade, no entanto, proporcionou às empresas uma oportunidade única de engajamento direto com seu público. Assim, tornando a plataforma um espaço estratégico para campanhas publicitárias rápidas e impactantes.
“O Twitter foi precursor ao fazer parcerias estratégicas com marcas e eventos, antes de outras redes sociais. Isso ajudava os anunciantes a se conectarem de maneira autêntica e contextual com audiências específicas, aumentando a visibilidade e a relevância das mensagens. Um ótimo exemplo é o que as marcas vinham fazendo durante o BBB e transmissões esportivas – do futebol, mais popular, a modalidades em plena ascensão, como NBA e NFL”, destacou Jahara.
Segundo Sthefano Cruvinel, presidente da EvidJuri, a escolha de Elon Musk de descontinuar as operações da plataforma X no Brasil, após conflitos com decisões judiciais, ressalta a crescente fricção entre grandes empresas de tecnologia e a soberania dos países. Esse movimento, segundo ele, reflete um cenário de tensão crescente em que corporações globais desafiam a autoridade de governos locais em questões jurídicas e regulatórias.
“O anúncio abrupto reflete uma falta de diálogo entre a empresa e seus colaboradores, além de destacar o atrito entre a justiça brasileira e as operações globais.”
” É uma contradição pensar que o Twitter chegou e se fortaleceu ao dar espaço para que as pessoas colocassem suas opiniões e se posicionassem em temas relevantes. Foi a plataforma que nos fez desbravar a segunda tela com formatos inovadores e abriu oportunidades infinitas de interação simultânea. Potencializou os maiores momentos da TV brasileira e facilitou a conexão com momentos de experiência de marca também fora das telas”, afirmou Camila Costa, CEO da agência iD\TBWA,
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