Notícias

Venezuela deve mais de R$ 14 bilhões ao Brasil

O montante da dívida pode ultrapassar US$ 2,5 bilhões, o que equivale a R$ 14,1 bilhões na cotação atual.

Design by freepik
Design by freepik

O montante da dívida pode ultrapassar US$ 2,5 bilhões, o que equivale a R$ 14,1 bilhões na cotação atual.

Em informações divulgadas, foi informado que, durante a última visita de Maduro ao Brasil, em maio do ano passado, uma das pautas da delegação venezuelana foi justamente a dívida do país em operações de exportação e de crédito com o BNDES.

A dívida pode ultrapassar US$ 2,5 bilhões, o equivalente a R$ 14,1 bilhões na cotação atual, e agora, deve perdurar ainda mais diante da instabilidade política do país.

Segundo divulgações, dessa dívida, US$ 1,5 bilhão está relacionado a projetos de infraestrutura financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além de cerca de US$ 1 bilhão se referir à exportação de produtos brasileiros para a Venezuela, incluindo alimentos e aeronaves.

O BNDES informou que financiou, ao longo dos anos, US$ 1,507 bilhão em projetos de infraestrutura na Venezuela, executados por empresas brasileiras. Entre esses projetos, destacam-se a construção e ampliação do metrô de Caracas, a construção da Siderúrgica Nacional, o Estaleiro Astialba e o projeto de saneamento do rio Tuy, em Miranda.

Até o momento, o FGE já cobriu US$ 682 milhões das dívidas da Venezuela, restando uma parcela menor de US$ 40 milhões não paga nem coberta pelo Fundo. 

Brasil silencia sobre eleição suspeita na Venezuela

Em meio à crise que se seguiu às eleições presidenciais na Venezuela, com Nicolás Maduro proclamando sua vitória no domingo (28), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva adotou uma abordagem mais suave em sua declaração, evitando fazer menção às denúncias de fraude após um longo período de silêncio.

Essa postura contrasta com a de outros países sul-americanos, que exigem maior transparência no processo eleitoral. A Argentina, sob a liderança de Javier Milei, chegou a ameaçar não reconhecer o resultado do pleito venezuelano. Evidenciando a tensão regional em torno da situação política na Venezuela.

“O governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela e acompanha com atenção o processo de apuração. Reafirma ainda o princípio fundamental da soberania popular, a ser observado por meio da verificação imparcial dos resultados”, diz o Itamaraty por via de nota.

“Aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”, conclui o breve comunicado.

Desde o fechamento das urnas, surgiram alegações de fraude eleitoral na Venezuela. A oposição reporta não ter acesso a 70% das atas eleitorais. E, assim, menciona problemas como sessões de votação abertas além do horário em áreas chavistas e intimidação em zonas opositoras.

O assessor de assuntos internacionais do Planalto, Celso Amorim, enviado a Caracas para representar o governo Lula, afirmou que aguardaria a avaliação dos observadores internacionais autorizados pelo regime. E pediu respeito pelo resultado eleitoral, além de destacar a necessidade de esperar o fechamento completo das sessões de votação.

Posição única frente aos outros países

A posição do governo brasileiro, contudo, é quase isolada na região. Apenas Bolívia, Guiana e Suriname não expressaram preocupações com a apuração e as suspeitas de fraude na Venezuela. Mesmo governos de esquerda, como os de Gabriel Boric no Chile e Gustavo Petro na Colômbia, foram mais críticos em relação a Maduro do que o Brasil.

Desde o retorno do PT ao poder em 2023, o Brasil reatou relações com a Venezuela, após o governo Bolsonaro ter reconhecido Juan Guaidó como o legítimo representante do país e rompido com o chavismo. Sob a liderança de Mauro Vieira e Celso Amorim, o Brasil buscou reconstruir laços com Maduro. Citand, assim, dívidas de US$ 1,27 bilhão das empresas brasileiras com o regime.