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Aumento de capital das Americanas gera prejuízo aos minoritários, diz Instituto Empresa

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“O arranjo proposto agora só beneficia aos causadores deste quadro em detrimento contínuo dos acionistas”. A afirmação é de Eduardo Silva, Presidente do Instituto Empresa, que promove demanda de responsabilização dos controladores da Americanas, ao analisar o Fato Relevante publicado pela Companhia nesta terça-feira, dia 10 de outubro.

No documento, a Americanas anuncia que busca acordo com os credores de forma que possa equacionar suas dívidas e, para isso, sua proposta foi a de aumentar o capital de curto prazo, em dinheiro, no valor de R$ 12 bilhões, capitalizar a dívida concursal por parte dos credores também no valor de R$ 12 bilhões, emitir nova dívida para refinanciar parte das dívidas concursais existentes no valor de R$ 1,875 bilhão e, por fim, alocar R$ 8,7 bilhões em dinheiro dedicados à recompra antecipada de dívida concursal com desconto.

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De acordo com Adilson Bolico, advogado do Instituto Empresa, o aumento de capital que está referido por parte dos controladores no documento, merece atenção em relação à repercussão societária, pois ao anunciarem o aumento de capital, captam privilégios no caso de falência e isso pode diluir a participação dos minoritários.

Segundo o especialista, este movimento traz um clima de preocupação para os acionistas, pois eles, que já foram duramente afetados pelos últimos acontecimentos, e uma eventual necessidade de subscrição elevada como está referida no documento, pode diluir os investidores de forma massiva.

“Há um ponto de repercussão societária para os acionistas neste Fato Relevante, além de outros aspectos, mas tudo isso ainda é muito nebuloso. O fato é que o aumento de capital, com empréstimo já ajustado, que consta neste documento, traz privilégios aos controladores com relação à companhia”, afirma.

O anúncio de “inconsistências contábeis” na Lojas Americanas no início deste ano desencadeou uma grave crise financeira da varejista, agravada por uma fraude de mais de R$ 20 bilhões e dívidas declaradas de R$ 42,5 bilhões, o que levou a companhia a um programa de recuperação judicial. Conhecido como um dos maiores grupos empresariais, o 3G Capital tem no seu guarda-chuva marcas como AmBev, Kraft Heinz e Burger King. 

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