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Privatização irá “engordar” dividendos da Sabesp?

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A recente aprovação do projeto de privatização da Sabesp (SBSP3) pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) trouxe à tona um renovado interesse entre os investidores, especialmente em relação às expectativas de maiores distribuições de dividendos. Com a perspectiva de o governo reduzir sua participação na empresa, muitos se perguntam: será que os pagamentos a acionistas tenderão a aumentar?

Analistas do mercado financeiro apresentam um panorama misto, mesclando a esperança de melhores retornos aos investidores com a incerteza sobre o momento exato em que essas mudanças poderiam ocorrer. O modelo de privatização proposto pelo governador Tarcísio de Freitas, e aprovado na Alesp, prevê uma venda de ações (follow-on), com o governo mantendo entre 15% e 30% de participação na Sabesp, mas com direito a veto em decisões estratégicas (golden share).

A expectativa é que a privatização possa melhorar a eficiência da Sabesp, reduzindo despesas operacionais e criando espaço para mais investimentos – uma mudança benéfica para os acionistas minoritários. A empresa, que registrou margem Ebitda de 41% e gastos operacionais de cerca de R$ 12 milhões em 2022, tem um potencial significativo de redução de custos, especialmente quando comparada a outras empresas privadas do segmento.

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Além disso, a Sabesp tem a possibilidade de expandir suas operações para fora de São Paulo, com um aumento previsto de R$ 10 bilhões no compromisso atual de investimentos para a universalização dos serviços de água e esgoto até 2029.

Em relação aos dividendos, o setor de saneamento é conhecido por sua natureza defensiva e foco na remuneração dos acionistas. No entanto, devido aos investimentos necessários, a Sabesp pode não se transformar em uma grande pagadora de dividendos no curto prazo. Inicialmente, espera-se que o payout (parcela do lucro destinada a proventos) da Sabesp se mantenha próximo do mínimo regulatório de 25%. As projeções para o dividend yield variam de 2% a 3% ao ano.

A longo prazo, contudo, os analistas concordam que a Sabesp tende a se tornar uma pagadora de dividendos mais atraente, à medida que os benefícios da eficiência e da reestruturação se concretizem. Após o período de intensos investimentos para alcançar a universalização da água tratada, espera-se uma redução significativa nos investimentos, permitindo uma distribuição de lucros mais generosa.

Quanto à valorização das ações, a expectativa é que a Sabesp avance com a privatização. Atualmente, a empresa negocia a um múltiplo de 0,65 vezes ev/rab, com projeções de aumento significativo após a privatização.

Para investidores focados em dividendos no curto prazo, alternativas como Sanepar (SAPR4) e Copasa (CSMG3) são vistas como opções mais atraentes, oferecendo yields de dividendos potencialmente mais elevados.

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O que são dividendos?

Dividendos são uma parcela do lucro de uma empresa que é distribuída aos seus acionistas. Eles são uma forma de a empresa recompensar os acionistas pelo investimento feito, e são geralmente pagos em dinheiro, mas também podem ser pagos na forma de mais ações da empresa.

A decisão de quanto do lucro será distribuído como dividendos é geralmente tomada pela diretoria da empresa e deve ser aprovada pelos acionistas em uma reunião anual. A outra parte do lucro é geralmente reinvestida na empresa para financiar o crescimento e a expansão.

O valor do dividendo que um acionista recebe depende do número de ações que ele possui. Por exemplo, se uma empresa paga um dividendo de R$1 por ação e você possui 100 ações, você receberá R$100 em dividendos.

Os dividendos são uma forma importante de retorno para os investidores, especialmente para aqueles que investem a longo prazo. Eles podem ser reinvestidos para comprar mais ações ou podem ser usados como uma fonte de renda.

Dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) são duas formas que as empresas têm de distribuir parte de seus lucros aos acionistas, mas eles têm diferenças significativas principalmente no aspecto tributário.

Dividendos: São distribuídos a partir do lucro líquido da empresa, após a dedução de todos os impostos. Portanto, os dividendos são isentos de imposto de renda para os acionistas que os recebem, pois a empresa já pagou todos os impostos devidos.

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Juros sobre Capital Próprio (JCP): É uma forma alternativa de distribuição de lucros que tem um benefício fiscal para a empresa. O JCP é tratado como uma despesa operacional para a empresa e, portanto, reduz o lucro tributável da empresa, resultando em menos imposto de renda devido pela empresa. No entanto, ao contrário dos dividendos, o JCP é tributável para os acionistas que o recebem. A alíquota é de 15% e o imposto é retido na fonte.


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