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Na sexta-feira (19), a Tesla anunciou os primeiros cortes nos EUA, reduzindo os preços de três dos seus cinco modelos. O Modelo Y, Modelo X e Modelo S viram uma redução de US$ 2.000 cada. Enquanto os preços do Modelo 3 e do Cybertruck permaneceram inalterados.
Esses cortes ocorrem em um momento difícil para a Tesla, com suas ações caindo mais de 40% no acumulado do ano. A empresa registrou uma queda nas entregas trimestrais pela primeira vez em quase quatro anos e anunciou cortes de empregos equivalentes a mais de 10% do seu pessoal global.
No sábado, o CEO da Tesla, Elon Musk, anunciou que adiou sua viagem planejada à Índia, citando obrigações “muito pesadas” na empresa. Ele deveria chegar ao país esta semana para uma visita que incluiria um encontro com o primeiro-ministro Narendra Modi e a confirmação de que a Tesla construirá uma fábrica no país mais populoso do mundo.
A Tesla implementou, portanto, cortes agressivos de preços na China e na Alemanha. Logo após reduzir os preços nos Estados Unidos. Isso ocorre enquanto o maior fabricante mundial de veículos elétricos (EV, na sigla em inglês) enfrenta o declínio das vendas e uma concorrência crescente nos principais mercados.
No domingo (21), a fabricante reduziu, contudo, os preços iniciais de quatro modelos vendidos na China continental, seu maior mercado externo, em 14.000 yuans (US$ 1.932). O Modelo Y, líder de vendas da Tesla, teve seu preço mais baixo registrado, iniciando em 249.900 yuans (US$ 34.502).
Na Alemanha, a Tesla reduziu o preço do Modelo 3 com tração traseira em 2.000 euros, para 40.990 euros, conforme seu site oficial.
Na China
O maior mercado de veículos elétricos, é na China. Onde os cortes de preços da Tesla devem intensificar uma guerra em um setor altamente competitivo. A fabricante chinesa Li Auto também reduziu os preços de seus modelos.
A Tesla enfrentava forte concorrência na China, onde a chinesa BYD brevemente ultrapassou-a como a marca de veículos elétricos mais vendida. O modelo básico da BYD custa cerca de US$ 10 mil, enquanto o Modelo 3 da Tesla na China após o corte custa 231.900 yuans (32.017 dólares). Em outubro de 2022, a Tesla iniciou uma guerra de preços de veículos elétricos (EV) na China, reduzindo os preços para aumentar as vendas.
A pressão sobre as margens de lucro da indústria automobilística cresceu, no entanto, com a redução de preços pela maioria dos grandes fabricantes, inclusive os de veículos a gasolina. Em 2024, mais de 30 grandes fabricantes de automóveis anunciaram novas reduções de preços.
Em março, a BYD reduziu o preço inicial do seu EV mais acessível, o hatchback Seagull, em 5%, para 69.800 yuans (US$ 9.670). Na mesma época, a Xiaomi, conhecida por seus smartphones, lançou seu sedã SU7 para competir com a Tesla.
“Os preços da Tesla devem mudar frequentemente para combinar a produção com a demanda”; diz o CEO da Tesla.
Elon Musk anuncia corte de 10% dos funcionários da Tesla
Musk anunciou em e-mail aos funcionários que a Tesla reduzirá em mais de 10% o número de colaboradores globalmente. Visto que, estão diante de uma desaceleração na demanda por veículos elétricos.
O CEO mencionou duplicação de funções e a necessidade de redução de custos como motivos para os cortes, em memorando visto pela Bloomberg News. Se abrangentes, os cortes afetariam mais de 14 mil funcionários.
A Tesla anunciou que as entregas de veículos no início deste mês ficaram significativamente abaixo das expectativas, resultando no primeiro declínio trimestral em quatro anos. Analistas preveem uma possível queda nas vendas, citando a produção lenta do Cybertruck e uma pausa em novos produtos até o lançamento de um veículo de próxima geração no final do próximo ano.
No comunicado, o proprietário da montadora menciona a rápida expansão das fábricas globalmente e o aumento no quadro de funcionários. Agora, a Tesla se prepara para uma “próxima fase de crescimento”, visando reduzir custos e aumentar a produtividade.
“À medida que preparamos a empresa para a nossa próxima fase de crescimento, é extremamente importante analisar todos os aspectos para reduzir custos e aumentar a produtividade”, escreveu Musk no e-mail aos colaboradores.
“Como parte deste esforço, fizemos uma revisão completa da organização e tomamos a difícil decisão de reduzir o nosso número de funcionários em mais de 10% globalmente. Não há nada que eu odeie mais, mas isso deve ser feito.” Complementa.
No final do ano passado, a Tesla contava com 140.473 funcionários, quase o dobro do total dos últimos 3 anos antecedentes. A produção em duas novas fábricas em Austin e Berlim, que começaram a fabricar o Modelo Y no início de 2022, impulsionou esse crescimento. A empresa também iniciou reduções de preços em sua linha de produtos à medida que essas instalações atingiam volumes mais altos.
Recentemente, a Tesla enfrentou desafios de produção, como um incêndio criminoso em sua fábrica na Alemanha e ataques a navios no Mar Vermelho. Além disso, a empresa opera uma fábrica na China e outras quatro nos Estados Unidos.
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