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O Bitcoin (BTC) apresentou uma leve alta de 0,7% nesta quarta-feira (27), mantendo sua cotação estável em US$ 93.603, de acordo com dados do CoinGecko. Apesar do ganho modesto, a criptomoeda superou o desempenho da manhã anterior, quando estava sendo negociada por cerca de US$ 92 mil.
O movimento ocorre em meio a um período de correção no mercado, após o ativo atingir um recorde de US$ 99.645 na semana passada, que gerou expectativas de que o Bitcoin poderia ultrapassar a marca simbólica de US$ 100 mil. No entanto, desde então, o preço seguiu em queda, impactado principalmente pela realização de lucros por investidores.
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Realização de lucros e comportamento de investidores
A realização de lucros tem sido um fator predominante na recente oscilação de preços do Bitcoin. Muitos investidores, ao observarem a criptomoeda atingir níveis históricos, decidiram vender seus ativos para garantir os ganhos acumulados.
Dados da CryptoQuant mostram que, nos últimos 30 dias, detentores de longo prazo venderam mais de 728.000 BTC, equivalentes a cerca de US$ 67 bilhões aos preços atuais. Esse volume de vendas é o maior registrado desde abril, conforme apontaram analistas em uma publicação no X (antigo Twitter).
A venda em massa contrasta com o comportamento observado em outubro, quando grandes investidores compraram aproximadamente 250.000 BTC, de acordo com dados do The Block. Esse movimento de acumulação foi substituído por uma postura mais cautelosa, especialmente diante das incertezas macroeconômicas.
Impacto dos ETFs de Bitcoin e ambiente macroeconômico
Os ETFs de Bitcoin à vista também têm desempenhado um papel importante no desempenho do mercado. Após um período de cinco dias consecutivos de entradas, os ETFs registraram saídas por dois dias seguidos. Na última terça-feira (26), houve uma retirada de US$ 122 milhões, somando-se aos US$ 438 milhões resgatados na segunda-feira (25).
Esses saques contribuíram para a pressão de venda e indicam que os investidores ainda estão avaliando as perspectivas de curto prazo para o ativo.
Outro fator que influenciou o preço foi a nomeação de Scott Bessent como secretário do Tesouro dos EUA pelo presidente eleito Donald Trump. Após o anúncio, os títulos do Tesouro tiveram uma valorização significativa, reduzindo o prêmio de prazo desses papéis. Segundo Geoff Kendrick, pesquisador de ativos digitais do Standard Chartered, essa mudança impactou temporariamente o rali do Bitcoin, que é frequentemente usado como proteção contra riscos do sistema financeiro tradicional.
Perspectivas para o Bitcoin no longo prazo
Embora o Bitcoin enfrente desafios no curto prazo, as expectativas para o longo prazo permanecem otimistas. Kendrick afirmou que o ativo digital tem potencial para atingir US$ 125.000 por moeda até o final de 2024, com uma meta de US$ 200.000 até 2025 sendo “muito viável”.
Ele também destacou que o recente recuo deve ser visto como uma correção saudável, permitindo ao mercado aliviar leituras de sobrecompra. “Esse tipo de movimento é um lembrete de que os mercados não se movem em linha reta indefinidamente”, comentou Kendrick.
Níveis de suporte e resistência no curto prazo
No curto prazo, analistas indicam que a região de US$ 92 mil está funcionando como um suporte para o Bitcoin, enquanto a resistência permanece em US$ 96 mil. A manutenção acima do suporte pode abrir caminho para uma recuperação mais consistente, especialmente se os fluxos de capital retornarem aos ETFs e grandes investidores retomarem a acumulação.
Enquanto isso, traders permanecem atentos às condições macroeconômicas e às decisões políticas que podem afetar o mercado. Com o cenário ainda incerto, o comportamento das chamadas “baleias” — grandes detentores de Bitcoin — continuará sendo um indicador-chave para os movimentos do ativo nos próximos dias.
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