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Spread o que é? Spread o que significa? Aprenda tudo sobre

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O spread muitos não sabem o que é, tampouco o que significa, mas é muito importante para o desenvolvimento da economia. Além disso, é um termo que qualquer pessoa que já fez uma negociação ou alguma operação com instituições financeiras, seja com fins pessoais, ou empresariais.

Entretanto, a taxa do spread tem grande impacto sobre a produtividade, a eficiência e o crescimento econômico do país, afetando a vida de toda a população.

O spread bancário brasileiro é considerado um dos mais altos no mundo. Segundo as próprias instituições financeiras, isso se dá pelo alto risco de crédito a que elas se expõem.

O que é spread?

Spread é um termo, em inglês, que basicamente é a diferença da margem entre a parte que pega comparado a parte de quem empresta. Dessa maneira, normalmente o spread é nada mais do que a diferença entre o preço de compra e o preço de venda de um produto, uma ação, título ou qualquer outro período.

Além disso, isso pode está muito presente na vida das pessoas comuns, mesmo que não tenha ligação com o mercado financeiro ou com investimentos. Isso porque o conceito se refere à diferença entre as taxas cobradas e utilizadas pelos bancos. Isso porque quem fazer empréstimo em banco, está lidando diretamente isso por trás, porque o bancário apresenta isso para você, de modo mais intuitivo e simplificado.

Entretanto, quem investe em renda fixa também se depara com os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), por exemplo. Portanto, esses títulos funcionam como empréstimos feitos pelos investidores aos bancos. Dessa forma, o interessado adquire o título e a instituição financeira utilizará os valores para financiar suas atividades. No momento do resgate o dinheiro será devolvido ao investidor acrescido dos juros combinados.

E como dito anteriormente, quando o banco empresa dinheiro a seus clientes, cobrando uma taxa de juros. Dessa maneira, o spread é a diferença entre os juros pagos pelo banco ao investidor e os cobrados dos clientes. E, portanto, precisa existir uma diferença de valores, para que a atividade (de empréstimo) seja vantajosa para a instituição.

Nesse sentido, o spread é uma forma de o banco arcar com os seus custos operacionais e obter lucro. Entretanto, esse calculo é muito complexo e existem diversas variáveis para definir o spread bancário para alcançar esses objetivos.

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O que é o spread no mercado financeiro?

No mercado financeiro, representa a distância entre o preço de venda e o preço de compra de qualquer investimento, ou ativo. Em resumo, costuma ser utilizado nas operações de especulação na bolsa de valores, com os devidos valores — determinando a rentabilidade.

Entretanto, quando você pega empréstimo, o spread é a diferença entra o valor que você recebe e o valor que você paga, de modo resumido. Contudo, no mercado de capitais (mercado financeiro) o spread se refere normalmente a diferença entre a margem bruta de lucro ou também pode estar se referindo o custo de se desfazer de um ativo.

Se no livro de ofertas o preço de venda mais baixo de uma ação é R$ 20,00 e o preço de compra mais alto é de R$ 15,00, então o spread desta ação será de R$ 5,00. O preço de venda mais baixo é conhecido como “ask”, enquanto o preço de compra mais alto é conhecido como “bid”. Dessa maneira, o spread serve para calcular qual a possível taxa de retorno nas operações de compra e venda de ativos diversos.

Nesse sentido, o spread é um termo que se refere a diferença de valores sobre as partes (tomadoras e doadoras), mas não se refere se a operação é positiva ou é negativa. Dessa maneira, pode ser tanto positivo quanto negativo. Entretanto, é importante destacar que isso não se aplica somente às ações, mas também quaisquer outros ativos (valores mobiliários).

Como funciona o spread no mercado financeiro?

Antes de entender como funciona o spread no mercado financeiro, é importante conhecer os conceitos de bid e ask na bolsa de valores (B3). Nesse sentido, você calcula os conceitos de acordo com a última operação. Dessa maneira, quando você analisa os conceitos ask e o bid, você encontra o spread daquele período — contudo, isso é sempre volátil e precisa ser sempre calculado de tempo em tempos.

Imagine que o preço de compra de uma ação está em R$ 10,00 e o de venda a R$ 15,00. Ou seja, um spread de R$ 5,00.  Ao decidir pela compra, o investidor precisa pagar o valor de R$ 15,00, que determinará a cotação do papel. Dessa forma, para obter os ganhos com essa transação, você precisa vender a ação por pelo menos R$ 15,01. Contudo, se o spread seja menor do que a cotação, ele terá prejuízo com a negociação.

Como funciona o spread bancário?

E agora que você já entendeu o que é spread, significado, como funciona o spread no mercado financeiro, agora é a vez de entender o que é spread bancário. Na questão do spread bancário, o spread é a diferença entre o que um banco paga de juros a um investidor e o que ele cobra de juros nos empréstimos.

Dessa maneira, se um banco paga 5% de juros ao ano a um investidor e empresa esse dinheiro a 25%, seu spread é de 20 pontos percentuais. O spread é a principal ferramenta para conseguir o lucro dos bancos nas operações realizadas. Quanto maior o spread bancário, maior será o lucro dos bancos nas operações.

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Isso também significa juros mais caros para os clientes que precisam utilizar os serviços de empréstimos e financiamentos. Esse spread pode ser calculado caso a caso ou nas médias praticadas pelas instituições financeiras. Por isso, é possível determinar qual é a margem de lucro que os bancos recebem com as suas negociações.

Os spreads bancários, querendo ou não, movimentam a economia e dão fôlego às instituições bancárias. Entretanto, devido à invisibilidade destes custos nas operações de crédito das empresas, esse lucro também é tido como vilão. Por isso, pesquisar por instituições financeiras com taxas de juros e encargos competitivos é tão importante para garantir que o caixa da empresa seja beneficiado.

Como é calculado o spread bancário?

Além da diferença entre a remuneração que o banco paga para captar um recurso e o quanto esse banco cobra para emprestar o dinheiro, cinco grandes custos estão embutidos e formam o spread bancário, interferindo em seu valor final.

Confira nos tópicos abaixo:

1. Segurança para inadimplências

O Brasil é um dos países com as mais altas taxas de inadimplência. Entretanto, quando a instituição financeira que irá oferecer crédito precisa contar com uma espécia de “margem de segurança”, em caso de não receber de volta ao seu caixa o valor emprestado.

O risco do não recebimento acaba entrando na composição do spread bancário. Dessa forma, muitos bancos  atribuem a esse fator o elevado spread bancário brasileiro. 

2. Lucros

Todas as empresas precisam encontrar uma margem entre os ativos financeiros e os passivos financeiros apurados no balanço do caixa. Ou seja, qualquer banco, cooperativa de crédito, fintech ou banco digital que ofereça crédito precisa remunerar os empresários e os acionistas que investem na empresa.

É a partir do spread bancário que os bancos geram seu principal lucro financeiro e esse lucro, inclusive, é um fator de grande importância para movimentar e manter a estrutura global da economia. 

3. Impostos diretos

Os tributos influenciam bastante na formação do spread bancário. Os impostos considerados no spread são: Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incidem sobre os lucros da instituição,  Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), que são cobrados sobre a receita total.

Entretanto, é importante destacar que as variações da taxa Selic, taxa média de juros que é definida pelo Banco Central, também impactam na composição desse spread bancário.

Ou seja, quando há uma queda na Selic, não necessariamente há uma queda pelo spread cobrado pelos bancos não diminui, pode estar havendo uma estratégia de lucro que acontece à medida que os bancos não repassem essa queda ao consumidor final.

4. Depósito compulsório e FGC

O depósito compulsório é um dos instrumentos que o Banco Central usa para controlar a quantidade de dinheiro que circula na economia. Dessa maneira, é uma determinação lega, obrigatória a todos os bancos e outras instituições financeiras. Isso porque o depósito é referente a parte das captações em poupança, depósitos à vista e depósitos à prazo.

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Além disso, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) recolhe 0,0125% do valor dos depósitos totais das instituições filiadas. Dessa maneira, esse depósito compulsório e o FGC também estão inclusos no spread bancário.

5. Custo administrativo

Os gastos de operação, segurança, agências, caixas eletrônicos, salários, aluguéis e outros serviços necessários para as instituições financeiras existirem, também entram na conta do spread bancário. Portanto, as fintechs, por exemplo, são instituições mais vantajosas devido às soluções desburocratizadas e digitais para garantir que as empresas tenham acesso aos serviços financeiros.

Contudo, fazem suas operações de forma 100% digital e têm taxas competitivas em comparação aos bancos tradicionais.

Como diminuir o spread bancário?

No Brasil o spread bancário é muito alto, e é preciso que haja a redução do spread bancário. Isso significaria aumentar o acesso ao crédito para as pessoas e para as empresas. Além disso, também aumentaria a competitividade do sistema financeiro nacional.

Felipe Guerra, economista, sócio da Messem Investimentos, CFP®️ – Certified Financial Planner, explica que o primeiro deles é o risco. “No Brasil você tem uma alta inadimplência por parte dos devedores, isso acaba elevando o spread bancário. Um outro ponto muito abordado é a grande concentração do mercado financeiro do Brasil. Comparando com outros países, que têm mercado de capitais e mercado financeiro mais desenvolvidos, o país possui um baixíssimo número de instituições financeiras que fazem esse trabalho”, explica.

Nesse sentido, uma forma de reduzir o spread bancário é justamente incentivando um aumento da competição no setor bancário. Além disso, também é importante lutar para reduzir os números da inadimplência no Brasil, isso porque é um dos principais fatores que influenciam no spread bancário. E ações como a criação do cadastro positivo têm sido tomadas pelo governo, mas são as pessoas que precisam ter mais consciência e evitar contrair dívidas.

E também a educação financeira é uma forma eficiente de reduzir a inadimplência, mas a população brasileira ainda precisa se desenvolver muito nesse sentido. Além disso, o governo pode fazer sua parte, através de redução de impostos e do depósito compulsório.

Dessa forma, os bancos teriam em seu poder mais dinheiro e, consequentemente, poderiam reduzir as taxas de juros cobradas nas operações de crédito. Além disso, facilitar a criação de novos bancos ou mesmo a entrada de bancos estrangeiros no Brasil também podem ser consideradas medidas que visam a redução do spread bancário.


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