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Os estudos são praticamente unânimes em constatar que há falta de profissionais que atuam em Sustentabilidade, ou ESG, a sigla em inglês que significa Ambiental, Social e Governança Corporativa, como é chamada no mercado. Por outro lado, a demanda por esses profissionais só cresceu nos últimos anos e tudo indica que tanto no Brasil quanto no mundo, a procura por especialistas nessa área só tende a aumentar.
Estudo desenvolvido pela Abraps (Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável) e pela Deloitte confirma que os profissionais da especialidade ESG vêm de diversas graduações acadêmicas, não havendo ainda uma formação completa e integrada que atenda às exigências do mercado. As empresas, por sua vez, conforme o mesmo estudo, estão, em sua maioria, em estágio de maturidade que indica uma fase de atendimento à legislação e às regulamentações, mostrando a necessidade do desenvolvimento de uma visão estratégica e sistêmica para a sustentabilidade, permeando toda a organização.
Verificando a formação dos profissionais que hoje desempenham posições de liderança em ESG nas empresas brasileiras, observa-se que estes são originários das mais diversas áreas, mas todos apresentam um grande conhecimento de seu setor de atuação e da sua organização, além de um propósito pessoal relacionado às questões sociais, ambientais e ao negócio. Há, contudo, graduações e pós que são mais afeitas ao tema, como engenharia ambiental e advocacia, por serem completamente integradas com o tema por suas especialidades técnicas em meio ambiente ou nas normas e leis que regulam os mais diversos aspectos do ESG, respectivamente.
A formação em si vem do conhecimento do negócio e da prática, com muito suor e idealismo os desbravadores da Sustentabilidade foram adaptando-se às necessidades organizacionais de atendimento à demanda, às partes interessadas em geral (stakeholders), visando a lucratividade do negócio e à competitividade em seu mercado de atuação. Mas só isso não é suficiente. É característica fundamental desse profissional estar sempre estudando e se atualizando, visto a diversidade e abrangência dos assuntos que envolvem o ESG, que vão desde temas como diversidade e inclusão social, passando pela agenda climática, emissões de gases do efeito estufa e permeiam, inclusive, a governança corporativa, que deve garantir sua perenidade sistêmica.
Então surge uma variedade de cursos ministrados por empresas, universidades, instituições de forma geral, cada um com seu foco específico, habilitando ou atualizando o tema para esses profissionais que buscam um longlife learning no tema, que requer tanto conhecimentos técnicos nas mais diversas disciplinas quanto comportamentais. Há cursos específicos para determinado público, que suprem suas deficiências ou especializam a pessoas em determinado ramo como o de direito ESG ou de administração.
Destacando a atuação da Engenharia de Produção, a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) moldou em seu curso de especialização universitária em Engenharia da Sustentabilidade, uma formação que abrange um conteúdo que vai do ESG à Economia Circular, contando com professores em sua maioria mestres e doutores que atuam como CEOs, diretores, gestores e especialistas em organizações, na área de Sustentabilidade. O curso tem como propósito tratar de conteúdo atual, mesclando a teoria e a prática por quem a vive no dia a dia, destacando os desafios, as dificuldades e as soluções de sucesso ou fracasso adotadas, possibilitando ao estudante a reflexão sobre o tema.
O curso nasceu a partir da identificação das dificuldades do mercado no recém-inaugurado Hub de Sustentabilidade, contando com empresas parceiras como a Ambipar e o Grupo Petrópolis, que, além de profissionais que serão professores da especialização, cederão suas instalações para visitas durante as dinâmicas nas turmas. Além disso, os alunos da especialização terão a oportunidade de ter aulas com professores que estão criando e aplicando modelos de negócio circular, compartilhando suas experiências vividas na prática.
Os profissionais ESG estão surgindo organicamente a partir de uma junção de propósitos pessoais, conhecimento de negócio e a paixão por desenvolver-se, visto que o mercado requer profissionais especialistas e que atuem de forma abrangente integrando diversas áreas de conhecimento.
Por Alaercio Nicoletti Junior, professor da Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), coordenador do Hub de inovação e da pós-graduação em Engenharia de Sustentabilidade do Mackenzie e Head de Sustentabilidade e Melhoria Contínua no Grupo Petrópolis.
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