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A polêmica com o Risco Fiscal ainda não acabou; Afirma Economista do BV

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O risco fiscal está sempre no radar o mercado. Afinal, o bem-estar de uma economia depende do compromisso com o fisco. Aqui no Brasil, a discussão foi um dos maiores alvos de debates nos últimos tempos, com propostas de emendas constitucionais violando o teto de gastos estabelecido para manter as contas públicas em dia.

Segundo o economista Roberto Padovani, do BV (ex-Banco Votorantim), a este fator aliado com a desaceleração da economia mundial tende a esfriar a atividade no Brasil a partir do fim do ano.

Além disso, o aperto monetário em curso nos países ricos – especialmente nos Estados Unidos – vem fortalecendo o dólar e favorecendo um fluxo de capitais em direção a ativos mais seguros. Nesse ambiente, a arrecadação de impostos também tende a sentir os efeitos de uma atividade econômica mais fraca. E existe uma pressão para o aumento de gastos públicos, com a possibilidade de reajustes salariais do funcionalismo e o aumento permanente do Auxílio Brasil para um valor mínimo mensal de R$ 600.

“Até agora só houve boas notícias no Brasil. Crescimento econômico melhor, contas públicas indo bem, contas externas indo ok. O mercado vem ‘meio passando batido’ [em relação a essa questão]. Mas acho que, com essa mudança no humor global, isso tende a reverter aqui também”.

O gestor também alerta que o risco fiscal é um tema que está em segundo plano hoje. Sendo representado na dinâmica da dívida pública a partir de 2023.

“Esse é um tema do qual os economistas falam, mas para o qual o mercado não dá muita atenção agora. O que vai ter mais ao longo deste semestre é uma mudança de humor do investidor externo, mais atento a dúvidas fiscais locais.”

O alerta não para por aí. O fato de o Brasil estar com uma taxa de juros muito elevada também onera o cenário. Afinal, custo de carrego dessa dívida pública é muito alto. Mesmo que as coisas caminhem bem do lado da despesa, o fato de ter menos arrecadação, com a dívida cara, gera uma dinâmica de dívida complicada.

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“Vamos precisar de seis ou sete anos para estabilizar a dívida. A trajetória é de alta independentemente de qualquer coisa.” finaliza o gestor.


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