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O principal índice da bolsa de valores brasileira retomou o patamar dos 112 mil pontos durante a última semana em uma série de altas consecutivas.
O índice acumula alta no último pregão, na última semana, e no último mês de cotação.
Mas o que explica este movimento que leva a bolsa brasileira de volta ao radar dos investidores ao redor do mundo?
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O que induz uma alta?
Primeiramente, antes de definir as razões especificas por trás das altas da bolsa de valores, você já entende como a bolsa de valores se movimenta?
As leis da Oferta e Demanda regem a economia como um todo, e é claro que na bolsa de valores não seria diferente. O apetite dos investidores por ações está diretamente ligado a demanda do mercado e considerando que as ações possuem oferta limitada, as cotações estão, literalmente, em constante mudança.
Neste sentido, quando a busca por ações e títulos sobe, a procura por ações em si, apresenta uma alta. Desse modo, considerando que a quantia de ativos gerados pelo mercado não se altera. Assim, a liquidez dos ativos se mantêm, gerando uma valorização dos papéis.
O que leva os investidores a investir?
Considerando um cenário macroeconômico, as cotações da bolsa de valores enfrentam o dilema do risco x oportunidade. Em outras palavras, a indecisão entre o capital produtivo e o especulativo.
Antes de levar seus recursos para o mercado de capitais, investidores sempre precificam se realmente vale a pena correr ‘o risco’ de expor seu recurso a um cenário estressante. Afinal, ao comprar uma ação, o recurso de um investidor sai de sua ‘poupança’, onde possui uma grande segurança, para enfrentar diretamente a volatilidade do mercado. Logo, para que esse processo de tomada de decisão aconteça, o retorno para o investidor precisa ser (mesmo que hipoteticamente) maior que o risco. Em outras palavras, a ‘aversão ao risco’ do mercado diminui.
Neste cenário de alta da bolsa, com as informações citadas, sabemos que os investidores aumentaram suas apostas na bolsa de valores, e a balança de pagamentos está positiva para o mercado.
O cenário econômico atual
Neste sentido, com a balança de pagamentos positiva para o mercado, temos um cenário onde existem mais recursos entrando na bolsa de valores diariamente, do que sendo propriamente retirado.
Em outras palavras, a balança de pagamentos, como seu próprio nome indica, expõe a relação existente entre entradas e saídas. Ou seja, as importações e exportações.
Neste contexto, o Brasil se apoia em certos movimentos que explicam a alta do Ibovespa nos últimos dias.
Desde a sua formação, é um país de economia exportadora. Afinal, desde o período colonial nosso país é incentivado a ser um produtor de recursos e se destaca no setor primário (agricultura, à pecuária e ao extrativismo). Assim, estes produtos representam o Brasil no mercado global dos investimentos, e os investidores internacionais sabem bem disso.
Portanto, a economia brasileira atual depende destas relações de investimento para se manter competitiva, e uma taxa de câmbio maior favorece nossa economia exportadora. (O que justifica a falta de incentivos governamentais para reduzir a taxa de câmbio). Afinal, a meta é vender um produto pelo maior preço possível, e a taxa de câmbio alta favorece esta relação da nossa balança comercial.
O que aconteceu no Brasil nos últimos tempos?
A aversão ao risco é um comportamento comum no mercado, e dita uma série de tendências. A resposta desse fluxo de investidores a novos setores criou uma nova etapa para os investimentos, principalmente em países produtores de elementos essenciais e cíclicos, como commodities.
O aumento da demanda dos investidores por investimentos cíclicos, e a quebra dos ciclos produtivos na Europa graças a sanções trouxeram um rápido aumento de preços em commodities. Ou seja, em outras palavras, forçou o aumento da inflação. Que veio batendo recordes de alta em locais famosos pelo controle econômico, como a zona do Euro e na Economia dos Estados Unidos, que saíram das taxas “zero” nos últimos dias.
A deflação em pauta
Desse modo, investidores observam os indícios de uma deflação no mercado. Com os grandes bancos centrais corrigindo as taxas de juros para conter o aumento dos preços. Afinal, o mercado entende que apesar do momento conturbado, a situação nos mercados dá indícios de uma melhora.
Ademais, os índices de inflação já provam que a política contracionista tomada já está mostrando efeitos. Um exemplo passa pelo IPCA apresentando maior queda desde a criação do plano Real (-0,68%, do consenso de -0,66% e +0,67% em junho). Desse modo, aumentando as apostas de que o ciclo de juros no Brasil está perto de terminar, o que aumenta ainda mais o apetite dos investidores por ativos da bolsa de valores.
As empresas estão baratas?
Outro ponto que ajudou a aquecer o apetite dos investidores por ações, foi a temporada de balanços operacionais. A última semana guardou a publicação de grande parte de relatórios de desempenho operacional das companhias da bolsa de valores brasileira. A temporada de balanços é um dos principais eventos do mercado, e o mais aguardado pelos investidores.
Afinal, neste momento, analistas podem traçar suas análises e definir se determinados ativos estão com um desempenho operacional alinhado com a cotação de seus papéis nos telões da B3.
Neste momento, investidores conseguem visualizar através de dados internos, se suas ações favoritas estão prestes a ‘naufragar’ no mercado. Portanto, otimizando o processo de tomada de decisão.
No entanto, a temporada realçou que muitas empresas da bolsa de valores do Brasil estão ‘baratas’, prejudicadas principalmente pelas especulações do mercado, e não por processos internos de gestão ou de desempenho.
Com múltiplos atraentes, a bolsa de valores vem chamando a atenção novos investidores (além de animando velhos conhecidos), o apetite está de volta, e a receita para a alta do mercado já foi escrita. Resta saber se você irá entrar no barco ou não.
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