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Os principais afetados pela crise da Americanas finalmente vieram ao mercado para comunicar suas oposições em relação a polêmica mais forte da bolsa de valores dos últimos anos.
Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, o trio do 3G capital e acionistas de referência da Americanas, dizem que não sabiam do rombo de R$ 20 bilhões, mas deixam muitas perguntas sem respostas.
“No dia 11 de janeiro de 2023, por meio de “fato relevante”, a Americanas S.A. tornou pública a existência de significativas inconsistências em sua contabilidade. Desde então, sempre com transparência e imediatismo, vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa. Usamos dessa mesma clareza para esclarecer de modo categórico e a bem da verdade que:
1) Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.
2) A Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada.
3) Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.
4) Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto.
5) O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.
6) Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias.
7) Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.
8) Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.”
Americanas encontra inconsistência contábil de R$ 20 bilhões
A Americanas, encontrou uma inconsistência contábil de cerca de R$ 20 bilhões em uma análise preliminar, de acordo com um fato relevante enviado ao mercado na quarta-feira (11).
A empresa afirmou que ainda não é possível determinar todos os impactos dessas inconsistências em seus resultados e no balanço patrimonial.
Entre as inconsistências encontradas, está a existência de operações de financiamento de compras não refletidas corretamente nas contas de fornecedores.
O Conselho de Administração da Americanas decidiu criar um comitê independente para investigar as circunstâncias que levaram às referidas inconsistências contábeis.
Sergio Rial, que foi nomeado em agosto e era uma das apostas para recuperação da varejista, além de André Covre, diretor de relações com investidores, deixaram os cargos.
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