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De acordo com a nova edição da pesquisa mensal do Bank of America (BAC) com profissionais da América Latina, gestores estão demonstrando um otimismo ainda maior em relação ao mercado de ações brasileiro, especialmente em um momento de início de queda das taxas de juros. A pesquisa, divulgada nesta terça-feira (15), revela que quase o dobro dos gestores entrevistados (41%) em comparação a julho (23%) projeta que o Ibovespa (IBOV) fechará o ano acima dos 130 mil pontos. Isso implica um potencial de alta de 11,3% em relação ao fechamento de segunda-feira (14), quando o índice estava em 116.809,55 pontos. Além disso, 88% dos entrevistados veem o índice negociando acima dos 120 mil pontos em dezembro deste ano.
Apesar do Ibovespa ter apresentado recuos nos últimos dias, ele se mantinha acima do patamar dos 120 mil pontos desde julho, o que contribui para a confiança dos gestores em seu desempenho futuro.
A Redução dos Juros e os Reflexos no Mercado
A redução das taxas de juros, a partir da queda da Selic, tem impulsionado o otimismo dos investidores em relação ao mercado de ações brasileiro. Os índices de ações têm superado os títulos em moeda local desde julho, acompanhando o início do ciclo de cortes de juros em economias emergentes. No entanto, mesmo com a perspectiva positiva entre os grandes investidores, a categoria de investidores pessoa física tende a retornar ao mercado de renda variável somente quando a taxa Selic, atualmente em 13,25%, chegar a 10% ao ano. Recentemente, o Banco Central reduziu a taxa Selic pela primeira vez em três anos.
Expectativas para a Economia e o Câmbio
A pesquisa do Bank of America também trouxe insights sobre as expectativas para a economia brasileira. A maioria dos entrevistados (50%) prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1% e 2% neste ano, enquanto 47% acreditam em uma expansão acima de 2%.
Quanto ao câmbio, as apostas indicam uma moeda americana (dólar) valorizada em relação ao real. A maior parte dos gestores projeta que o dólar será negociado entre R$ 4,81 e R$ 5,10 no final do ano.
Cautela e Estratégias na América Latina
No contexto da América Latina, os gestores consultados estão adotando uma postura mais cautelosa. A pesquisa revela que 38% dos entrevistados planejam aumentar a alocação em ações nos próximos seis meses, um percentual abaixo dos 50% registrados na pesquisa anterior, realizada em julho. Além disso, 41% dos investidores estão adotando mais proteções contra as quedas no mercado de ações, um número acima da média histórica da pesquisa do banco americano.
Os riscos identificados para a região incluem as taxas de juros elevadas nos Estados Unidos e o cenário econômico na China. Uma desaceleração da economia chinesa, a segunda maior do mundo, pode impactar as cotações de commodities, representando um risco para a região.
Em relação ao Brasil, os setores financeiro e de consumo discricionário são vistos como oportunidades pelos gestores, enquanto materiais e bens de consumo estão entre as posições menos atrativas.
A pesquisa “Latam Fund Manager Survey” de agosto do BofA contou com a participação de 32 gestores de recursos que gerenciam cerca de US$ 112,5 bilhões em ativos.
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