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Alejandro Toledo / Imagem: Reprodução JudiciárioEFE
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Alejandro Toledo, ex-Presidente do Peru, é sentenciado a 20 anos por corrupção com a Odebrecht

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  • Alejandro Toledo, ex-presidente do Peru, recebeu uma condenação de 20 anos e seis meses de prisão por ter recebido US$ 35 milhões em subornos da Odebrecht
  • Toledo, no entanto, é um dos quatro ex-mandatários peruanos investigados no escândalo de corrupção ligado à operação Lava Jato
  • A condenação se fundamentou em depoimentos de ex-colaboradores e representantes da Odebrecht que confirmaram os pagamentos de propina

A Justiça peruana condenou nesta segunda-feira (21) o ex-presidente Alejandro Toledo a uma pena de 20 anos e seis meses de prisão por conluio e lavagem de dinheiro. Toledo, que governou o Peru entre 2001 e 2006, recebe a acusação de ter recebido subornos da empreiteira brasileira Odebrecht, totalizando cerca de US$ 35 milhões (equivalente a R$ 198 milhões na cotação atual). A empreiteira teria realizado esses pagamentos em troca de contratos para a construção de dois trechos da rodovia Interoceânica Sul, uma via importante que conecta a costa do Pacífico do Peru à do Atlântico no Brasil.

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Toledo está detido preventivamente há 18 meses. E, se tornou um dos vários ex-mandatários peruanos envolvidos no escândalo de corrupção que abala a política do país. Além de Toledo, outros três ex-presidentes enfrentam investigações ligadas à Odebrecht: Alan García, que se suicidou em 2019 antes de ser preso; Ollanta Humala; e Pedro Pablo Kuczynski.

Negou as acusações apesar das evidências

Desde a revelação do escândalo em 2016, Toledo sempre negou as acusações, apesar das evidências apresentadas pelo Ministério Público peruano.

“Sou inocente, nunca fiz nenhum acordo com o senhor [Jorge Simões] Barata [ex-diretor da Odebrecht no Peru]”, disse Toledo à juíza, antes da sentença.

O ex-presidente pediu, ainda, que a decisão levasse em consideração o seu estado de saúde.

“Tenho câncer e problemas cardíacos (…). Quero ir para uma clínica privada, peço que deixem eu me curar ou morrer em casa”, acrescentou.

O caso começou a ganhar destaque em 2016, quando a Odebrecht admitiu, em depoimento à Justiça dos Estados Unidos, a existência de um esquema de corrupção regional. Este, para garantir contratos de obras públicas. O promotor José Domingo Pérez, responsável pela investigação, afirmou que há provas robustas contra Toledo. Incluindo depoimentos de testemunhas-chave como seu ex-colaborador Josef Maiman e Jorge Barata, ex-representante da Odebrecht no Peru.

“Provamos o crime de conluio e lavagem de dinheiro”, pontuou.

Confirmação ao MP

Barata, que reside no Brasil, confirmou ao Ministério Público que Toledo solicitou os pagamentos em troca da concessão de dois trechos da rodovia, enquanto Maiman prestou depoimento em Israel antes de falecer em 2021.

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As alegações apontam que a Odebrecht obteve a concessão da rodovia Interoceânica Sul por meio de subornos. Ainda, um projeto que faz parte de um vasto eixo rodoviário de 2.600 quilômetros. Crucial para a integração econômica entre os países do Atlântico e do Pacífico. Desde que foi extraditado dos Estados Unidos em abril de 2023, Toledo encontra-se em custódia.

O escândalo da Odebrecht se insere no contexto da operação Lava Jato. Que expôs um esquema de corrupção envolvendo a construtora em diversos países da América Latina. Ainda, resultando na prisão de numerosos políticos e empresários.

A Lava Jato, originada no Brasil, revelou a extensão da corrupção da Odebrecht e suas ramificações na região. Formado em economia nos Estados Unidos, Toledo chegou ao poder em 2001, após liderar a oposição ao regime autoritário de Alberto Fujimori. E, sua condenação representa, contudo, um capítulo significativo na luta contra a corrupção no Peru.


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