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Desvalorização do iene faz Alemanha superar Japão em economia; PIB japonês cresce 1,9% em 2023.
A Alemanha supera o Japão como a terceira maior economia mundial, impulsionada pela desvalorização do iene. Embora o PIB japonês cresça 1,9% em 2023, a queda do iene impacta a posição do país. A mudança reflete mais flutuações cambiais do que o desempenho econômico real. O Japão enfrenta pressões devido ao crescimento econômico rápido da Índia. Enquanto isso, a Alemanha enfrenta desafios, incluindo reduzida demanda externa e altas taxas de juros. Essa alteração nas posições destaca a complexidade das dinâmicas econômicas globais e a importância das políticas monetárias para manter a competitividade econômica.
Desvalorização do iene impulsiona Alemanha a ultrapassar Japão em ranking econômico global
A Alemanha conquistou um marco econômico ao ultrapassar o Japão e tornar-se a terceira maior economia do mundo, impulsionada por uma desvalorização significativa do iene. Embora o PIB japonês tenha registrado um crescimento de 1,9% em 2023, a queda acentuada do iene em relação ao dólar desempenhou um papel fundamental na mudança de posições. Essa alteração reflete mais as flutuações cambiais do que o desempenho econômico real de cada país.
O Japão, anteriormente destinado a ser a maior economia global, agora enfrenta o desafio de manter sua posição em meio ao rápido crescimento econômico da Índia. Enquanto isso, a Alemanha enfrenta seus próprios obstáculos, incluindo a reduzida demanda externa e as altas taxas de juros impostas pelo Banco Central Europeu para conter a inflação.
Embora a Alemanha tenha registrado uma contração de 0,3% em seu PIB, comparado ao crescimento de 1,9% do Japão, a desvalorização do iene contribuiu para que a Alemanha ultrapassasse o Japão em termos de PIB nominal, com um total de US$ 4,5 trilhões. Essa mudança destaca a complexidade das dinâmicas econômicas globais e a importância das políticas monetárias na determinação da competitividade econômica de um país.
Desafios econômicos intensificam-se no Japão: recessão técnica e queda no ranking global
O Japão se apoia fortemente em seu comércio internacional, especialmente na exportação de automóveis, beneficiando-se da desvalorização do iene que torna seus produtos mais acessíveis em mercados estrangeiros, auxiliando empresas como Toyota em ambientes desafiadores, incluindo a China. No entanto, enfrenta desafios maiores do que a Alemanha no que tange à escassez de mão de obra e ao envelhecimento populacional, fatores que podem ampliar a diferença econômica entre os dois países.
Recentemente, a economia do Japão contraiu 0,1% no último trimestre de 2023, contrariando as expectativas de analistas consultados pela Bloomberg, que previam um crescimento de 0,2%. Essa retração, juntamente com uma diminuição anterior de 0,8% entre julho e setembro, colocou o Japão em uma recessão técnica.
No mesmo período, houve um declínio de 0,2% no consumo familiar e uma redução de 0,1% nos investimentos empresariais não residenciais.
Durante os períodos de expansão econômica nas décadas de 1970 e 1980, especulou-se que o Japão poderia superar os Estados Unidos como a maior economia mundial. Contudo, a bolha financeira e imobiliária dos anos 90 levou a um longo período de estagnação e deflação. Em 2010, foi ultrapassado pela China, cuja economia é agora quatro vezes maior que a japonesa. Projeções do FMI indicam que a Índia também superará o Japão e a Alemanha em tamanho econômico até 2027.
Segundo Alicia García Herrero, economista da Natixis, Alemanha e Japão estão diminuindo sua contribuição ao crescimento global, pois já possuem alta produtividade, dificultando ganhos adicionais. Entretanto, medidas como incentivar a imigração ou aumentar a taxa de natalidade podem mitigar esses efeitos.
A queda para uma posição atrás da Alemanha representa um revés para a autoimagem do Japão e aumenta a pressão sobre o primeiro-ministro Fumio Kishida. A perda do terceiro lugar é vista como um alerta para que o país acelere as reformas econômicas necessárias, conforme destacado pelo jornal econômico Nikkei, ressaltando a urgência em impulsionar o potencial de crescimento do Japão.
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