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Alta da gasolina: as “pequenas” Petroleiras tem culpa?

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Qual o papel das pequenas petroleiras no preço dos combustíveis?

O Guia do investidor entrou em contato com estas companhias para entender o perfil de produção e o papel destas empresas na política de preços da Petrobras.

O consumidor vem sentindo no bolso nos últimos dias uma tendência que parece não ter solução: a alta dos combustíveis.

Os valores vem causando uma série de debates, após as altas se tornarem insustentáveis nos últimos meses, o que até mesmo pressionou medidas para a redução do valor final.

A política de preços do combustível passa diretamente sobre as mãos da Petrobras, maior companhia petrolífera do Brasil, e atualmente o maior nome das estatais do Brasil. Mas todo este movimento gera uma dúvida.

Se a Petrobras rege o valor dos combustíveis, qual o papel das demais petroleiras brasileiras neste cenário? O Guia do investidor foi atrás destas informações, e trazemos para você o papel das companhias nos combustíveis.

O preço dos combustíveis

O primeiro passo para entender como os preços são formados. O infográfico abaixo, divulgado pela Petrobras, mostra na prática a composição do preço da gasolina na bomba:

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Recentemente, um dos vilões do preço foi combatido, com a limitação do imposto estadual, o ICMS, que ajudou a reduzir a pressão nos preços. Mas o debate sobre os valores continuam calorosos.

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O Petróleo brasileiro e o preço de mercado

O grande “X” da questão agora, passa pelos valores do Petróleo no mercado global, e como as petroleiras se comportam neste cenário.

Atualmente o mundo vive uma crise energética global. O conflito entre a Rússia e Ucrânia (dois países produtores de energia) vem afetando a escala global e a demanda por estes insumos, principalmente do Petróleo, que bateu recordes de alta.

O ponto é que as altas afetam diretamente nosso combustível, afinal, a Petrobras precisa importar petróleo de maior qualidade, para otimizar os processos de refino do petróleo brasileiro.

Boa parte das refinarias brasileiras foi construída na década de 1970, quando o petróleo era importado. Porém, o produto importado era do tipo leve. Com a descoberta e a extração de petróleo na Bacia de Campos, também nessa época, as refinarias precisaram passar por um processo de adaptação para refinar o produto brasileiro, mais pesado.

Com o pré-sal (extração em águas profundas), o petróleo leve também começou a ser obtido no Brasil, com maior valor agregado e com características diferentes. Sem maquinário específico nas refinarias para esse tipo de combustível, ele passou a ser exportado, segundo o especialista em regulação de petróleo e biocombustível da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Krongnon Regueira. Diariamente, mais de 1 milhão de barris são enviados para o exterior.

“Ao produzir petróleo leve e colocá-lo em uma refinaria que foi projetada para processar petróleo pesado, você está desperdiçando recursos, não otimizando. Eu sempre gosto de dar esse exemplo. É como pegar um vinho nobre e transformar em sagu [sobremesa com mandioca e vinho]. Você estaria desperdiçando, porque o sagu deveria ser feito com vinho barato”, afirma.

A necessidade desta importação algema a Petrobras ao preço internacional do Petróleo, pois parte da sua produção não atende diretamente as necessidades do mercado doméstico. Assim, grande parte da produção da Petrobras é exportada.

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E as demais Petroleiras?

No entanto, sabemos que a Petrobras não é o único peixe neste aquário: as demais petroleiras também tem culpa?

O Guia do Investidor entrou em contato com três grandes nomes do mercado para entender melhor o posicionamento destas companhias no mercado, e para onde vai o petróleo que elas produzem.

Seguindo a lógica do Petróleo brasileiro, a PetroRio (PRIO3) ao ser contactada afirma que 100% da sua produção de óleo é exportada. Logo, suas operações não afetam a política de preços internos da Petrobras. Por outro lado, a companhia PetroReconcavo (RECV3) afirma que atualmente 100% da produção de óleo da empresa é comercializada com a Petrobras.

Já a 3R Petroleum destina 15% da sua produção para exportação:

“Com relação à exportação, no nosso portfólio o Polo Papa Terra é um ativo natural para exportação da produção e representa em torno de 15% da produção 2021 ou 15% das reservas 2P.”

3R Petroleum em resposta ao Guia do Investidor.

Ademais, segundo a RRRP3, o Polo Potiguar traz consigo o terminal que fica dentro do ativo industrial de Guamaré, o que da flexibilidade à Companhia de utilizar a produção bruta de óleo dos ativos Macau, Pescada, Areia Branca e Potiguar na refinaria de Clara Camarão ou exportar através do terminal.

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