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Os comentários positivos do maior investidor do mundo impulsionaram as ações de empresas do Japão. A Marubeni obteve 5,6% nesta segunda-feira (26). Em sua carta anual destinada aos acionistas, Buffett dedicou aproximadamente uma página para abordar as corporações japonesas. As demais quatro empresas sob propriedade da Berkshire Hathaway (BRK/A) – Mitsubishi, Itochu, Mitsui e Sumitomo – experimentaram um aumento em suas avaliações, superando o desempenho geral do mercado.
Há indícios de que Buffett está inclinado a ampliar seus investimentos nessas empresas, visto que elas ainda estão sendo subavaliadas, e existe margem para crescimento antes de atingir o limite máximo de participação de 9,9%, conforme declarado pela Berkshire. Essa análise foi compartilhada por Bito, um participante regular nas assembleias de acionistas da seguradora norte-americana desde 2014.
Altas na Nikkei: Bolsa de Valores do Japão
Na semana passada, foi observado uma valorização de 17% no ano de 2024, maior marca desde 1989. O nome “Nikkei”, significa ‘Japão Economia’. Um dos elementos impulsionadores da valorização nas ações é o crescimento nominal do Japão, que, aliado à desvalorização do iene, está contribuindo para o aumento dos lucros. Em 2024, a economia japonesa registrou um crescimento nominal de 5,7%, sem considerar a inflação, apesar da contração observada em termos reais durante a segunda metade do ano.
Trajetória da Nikkei nos últimos anos
Em sua mínima em 2008, o índice situou-se abaixo dos 8.000 pontos. Atualmente, encontra-se próximo aos 40.000 pontos, representando uma valorização de quase 400%. Conforme reportado pelo Wall Street Journal, a projeção de lucro para as 225 empresas listadas no Nikkei para este ano é estimada em cerca de US$ 266 bilhões, representando um triplo do valor registrado há uma década. As reformas empreendidas após a crise financeira de 2008 começaram a apresentar resultados positivos. Paralelamente, a economia ganhou impulso com a emergência de uma nova geração de empresas, especialmente no setor de tecnologia e varejo. Um exemplo representativo desse novo cenário no Japão é a Uniqlo, pertencente ao grupo Fast Retailing, ostentando o sétimo maior valor de mercado no cenário japonês, imediatamente acima do Softbank.
PIB do Japão superou o PIB da China
Pela primeira vez em 46 anos, o Japão ultrapassou a China, que apresentou um avanço de 4,6% no PIB nominal. Agora, a China enfrenta o desafio da deflação, levantando preocupações sobre a possibilidade de o país seguir um caminho semelhante ao processo de ‘japanização’. De acordo com estudos do Morgan Stanley, outro fator determinante para o crescimento da economia japonesa é a nova estratégia de crescimento do primeiro-ministro Fumio Kishida. O chefe de estado considera o projeto como “uma nova forma de capitalismo”. Essa abordagem alinha o Japão com os desafios atuais, incluindo ameaças geopolíticas da China e a necessidade de liderar em setores como energia limpa e inteligência artificial.
Na década de 1990, quando o mercado japonês enfrentou declínio, o crescimento potencial do Japão era estimado em 3,7% ao ano. Atualmente, segundo a OCDE, esse crescimento potencial é de apenas 0,4%. Kishida estabeleceu a meta ambiciosa de elevar esse número para 1%.
Recentemente, o governo anunciou no final do ano passado um pacote abrangente de aproximadamente US$ 250 bilhões, composto por investimentos e subsídios, visando estimular a produtividade e impulsionar a economia.
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