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- Após negativas do câmbio doméstico, o dólar se aproximou de R$5,60
- Investidores estrangeiros aumentaram suas posições compradas em dólar contra o real via derivativos, atingindo um recorde histórico de US$ 81,9 bilhões
- Na sexta-feira (28), a posição subiu US$ 3,65 bilhões
Após uma sessão fortemente negativa para o câmbio doméstico, o dólar, dessa forma, se aproximou de R$ 5,60 pela primeira vez desde janeiro de 2022. Investidores estrangeiros aumentaram suas posições compradas em dólar contra o real via derivativos, atingindo um recorde histórico de US$ 81,9 bilhões, segundo dados da B3.
Somente na sexta-feira (28), a posição subiu US$ 3,65 bilhões. Vale destacar que esses números referem-se à última sessão do mês e podem estar influenciados por ajustes relacionados à formação da Ptax e à liquidação de contratos futuros. A Ptax, calculada pelo Banco Central, serve como referência para contratos no mercado de câmbio.
Investidores estrangeiros aumentaram suas posições compradas em dólar para US$ 81,9 bilhões, frequentemente interpretando isso como uma aposta contra a valorização do real. No entanto, essa interpretação não é completamente precisa. Esses dados, contudo, também incluem investimentos em “offshores“, que podem ser realizados por investidores locais, além de abrangerem estratégias de “hedge” e não necessariamente uma aposta direta no desempenho da moeda brasileira.
Conforme dados da B3
Os dados da B3 incluem posições em dólar futuro, dólar mini, swap cambial e cupom cambial (DDI). Cerca de um mês atrás, essa posição já havia alcançado US$ 73,5 bilhões, com um aumento consistente ao longo de junho. Na última sessão, houve um incremento significativo da posição comprada, refletindo um cenário de incerteza cambial.
Simultaneamente, os investidores institucionais aumentaram suas posições vendidas em dólar, o que representa uma aposta na valorização do real. Essa posição saiu de US$ 4,46 bilhões na quinta-feira para US$ 7,52 bilhões na sexta-feira, indicando, portanto, um movimento robusto na contraparte. Esses dados destacam, contudo, a complexidade e a dinâmica do mercado cambial brasileiro, onde múltiplas estratégias e interesses se entrelaçam, moldando o comportamento dos investidores.
Com falas de Lula, Dólar sobe 15% no 1º semestre de 2024
O dólar encerrou em alta na última sexta-feira (28), acumulando uma valorização superior a 15% no primeiro semestre de 2024. Cotado a R$ 5,5884, a moeda americana atingiu seu maior valor desde 10 de janeiro de 2022, quando estava a R$ 5,6742.
O câmbio sofreu um impacto negativo após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticar novamente o Banco Central do Brasil (BC). Em entrevista à rádio O Tempo, Lula afirmou que o patamar de juros no Brasil “vai melhorar” quando ele indicar o próximo presidente do BC.
Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, comentou que tais declarações aumentam, contudo, a apreensão no mercado financeiro. “Essas falas trazem receio ao mercado, que entende a sinalização de Lula como uma possibilidade de intervenções que poderiam desestabilizar o controle da inflação e a política monetária do país,” explicou Aral.
Além disso, no cenário doméstico, o Banco Central divulgou resultados negativos para as contas do setor público consolidado de maio, registrando um déficit primário de R$ 63,9 bilhões. Este aumento no déficit contribuiu, portanto, para o pessimismo do mercado, já preocupado com a trajetória fiscal do país.
O conjunto de fatores, tanto políticos quanto econômicos, reforçou, contudo, a pressão sobre a moeda brasileira, resultando na alta significativa do dólar.
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