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A analista Danielle Lopes, da Nord Research, realizou uma análise sobre as ações mais “shorteadas” na Bolsa de Valores. A venda a descoberto, ou short, é uma operação que pode gerar ganhos com a queda da cotação do ativo, mas também traz riscos associados.
Investidores podem lucrar com operações de short vendendo ações que não possuem com a expectativa de que o preço da ação caia. Eles emprestam as ações de outro investidor (através da corretora) e as vendem no mercado a um preço alto. Se o preço da ação cair como o esperado, o investidor pode recomprar as ações a um preço mais baixo, devolvê-las ao investidor que as emprestou e lucrar com a diferença entre o preço de venda e o preço de recompra.
Por exemplo, se um investidor acredita que uma ação que está sendo negociada a R$ 50 irá cair para R$ 30, ele pode vender essa ação a R$ 50, esperar que o preço caia e depois recomprar as ações por R$ 30 para devolvê-las ao investidor que as emprestou. O investidor lucraria, nesse caso, com a diferença de R$ 20 entre o preço de venda e o preço de recompra.
De acordo com um levantamento feito pela XP Investimentos, as cinco empresas mais “shorteadas” em relação ao percentual das ações que estão em livre circulação e negociação na Bolsa de Valores (float) são Recrusul (RCSL3), Movida (MOVI3), Eztec (EZTC3), MRV (MRVE3) e 3R Petroleum (RRRP3). Os setores mais sensíveis aos juros são os favoritos para os ganhos com as quedas.
Porém, investir em ações que estão sendo “shorteadas” pode ser perigoso. Os ganhos são limitados, enquanto as perdas são ilimitadas. Além disso, a corretora exige uma garantia para assegurar que não fique com prejuízo caso o mercado suba rápido demais e o investidor precise zerar a posição. O “short squeeze” também é um risco comum, onde a pressão compradora forte ou a incapacidade de investidores alugarem suas ações podem gerar pressão nas cotações.
Ainda assim, investir na Bolsa de Valores pode trazer bons ganhos no curto prazo se o investidor souber avaliar a assimetria do risco x retorno em cada classe de ativos. Danielle Lopes recomenda focar no conhecimento dos negócios em que se investe e na visibilidade dos resultados futuros, além de uma boa análise quantitativa e qualitativa da empresa.
A tabela abaixo mostra as ações mais “shorteadas” na Bolsa de Valores:
Empresa | Código |
---|---|
Recrusul | RCSL3 |
Movida | MOVI3 |
Eztec | EZTC3 |
MRV | MRVE3 |
3R Petroleum | RRRP3 |
Vai operar vendido? Tome cuidado com os Short Squeeze
Short squeeze é um fenômeno que ocorre quando os investidores que apostaram na queda de uma ação (vendendo a descoberto) são forçados a recomprá-la para limitar suas perdas. Isso geralmente acontece quando há uma mudança no sentimento do mercado e a demanda por aquela ação aumenta rapidamente, levando a uma alta no preço.
Um exemplo notável de short squeeze ocorreu em janeiro de 2021 com as ações da GameStop, uma empresa de videogames. Investidores de varejo, organizados em um fórum no Reddit, decidiram comprar ações da GameStop para “quebrar” os investidores que haviam vendido a descoberto as ações da empresa. Isso levou a uma alta exponencial no preço da ação, que passou de cerca de US$ 20 para mais de US$ 400 em questão de dias.
No caso do IRB (IRBR3), uma seguradora brasileira, em fevereiro de 2020, os investidores começaram a questionar as práticas contábeis da empresa, o que levou a uma forte queda no preço das ações. Isso atraiu investidores que apostaram na queda da empresa vendendo a descoberto. No entanto, em março do mesmo ano, a empresa anunciou que suas demonstrações financeiras haviam sido auditadas e que as práticas contábeis eram adequadas. Isso levou a uma alta no preço das ações e forçou os investidores que haviam vendido a descoberto a recomprarem as ações para limitar suas perdas, contribuindo para um short squeeze.
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