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Com a possibilidade de qualquer empresa oferecer produtos financeiros adaptados às necessidades de seus clientes, Brasil representa 73% do mercado na América do Sul
Segundo a agência de pesquisa Future Market Insights, o mercado de Bank as a Service faturou em 2020 mais de US$ 2,5 bilhões, e a expectativa é que na próxima década alcance nada menos do que US$ 12,2 bilhões, crescendo a uma taxa média de 15,7% ao ano até lá — o potencial do BaaS está no fato de possibilitar a qualquer empresa oferecer produtos financeiros adaptados às necessidades de seus clientes.
“Postos de gasolina, supermercados, farmácias e outros pontos de venda podem ser usados como uma infraestrutura de serviços bancários”, exemplifica Carlos Eduardo Benitez, CEO da BMP, pioneira em oferecer BaaS no país.
Para ele, a construção de produtos direcionados para cada atividade, segmento e negócio foi ficando cada vez mais fácil com a tecnologia. Mas é importante lembrar que ter um cartão pré-pago espelhado em um aplicativo, por exemplo, não é ser um modelo de bank as a service (BaaS).
“Hoje vemos empresas sem preparo vendendo soluções que não contemplam todo o processo bancário. Simplesmente fazem o front inicial como se fosse uma carteira, onde as pessoas guardam seu dinheiro num aplicativo. Isso não é uma plataforma bancária. Por mais que se consiga fazer uma transação de Pix ou pagamento, um banco é muito mais do que isso”, afirma Carlos.
Nesse sistema, não importa o segmento de atuação e sim de que forma a cadeia de negócios está conectada. Entre as dinâmicas a serem observadas dentro do BaaS estão a distribuição segmentada com automatização das cadeias de produção, a redução no custo de colocação com o tráfego na internet em favor dos serviços financeiros e a conectividade usando a base de dados como fator imprescindível para conhecer o seu público-alvo.
“O desafio não está somente na mudança para o ambiente tecnológico, estamos modificando a forma em que o produto bancário será consumido. É preciso fazer online com cabeça de offline”, avalia Benitez.
Avanços
Hoje, o Brasil representa 73% do mercado de BaaS na América do Sul, com uma Receita de USD 1,392 bilhões em 2021. Para efeito de comparação, em toda a América do Sul, houve uma receita de USD 1,906 bilhões no mesmo período — os dados são do IMR (Instrospective Market Research). Com todo esse avanço, o consumidor é o maior beneficiário. Em um ambiente onde as empresas buscam oferecer mais disponibilidade de produtos e serviços financeiros, ofertados com maior facilidade, até a inclusão financeira é viabilizada. O consumidor irá escolher, naturalmente, aquele prestador de serviço que oferece a melhor experiência.
“Os serviços antes disponíveis apenas em ambientes bancários estão presentes onde os clientes estão. Nós olhamos para dentro do cliente para entendermos toda a sua cadeia de negócios e quem são os participantes da sua atividade comercial, como fornecedores e prestadores de serviços. Não é simplesmente chegar e vender uma plataforma bancária. Com isso, nós mostramos quais seriam os produtos que poderiam ser adaptados aos participantes do seu ecossistema. Então é possível dizer se é necessário ter crédito para pessoa jurídica ou parcelamento para que as pessoas físicas possam comprar os seus produtos, por exemplo. O ambiente de Pix, TED e boleto se torna apenas um acessório na cadeia em que o dinheiro passa”, demonstra Carlos.
Um case notável da BMP é o Mercado Pago, um negócio do Mercado Livre para compra e venda de produtos novos e usados entre pessoas e empresas. O objetivo era oferecer serviços financeiros através de capital de giro para vendedores e compradores da plataforma. A partir da conectividade entre as empresas, compliance e KYC, isso se tornou possível e hoje é um dos serviços mais procurados pelos consumidores. A BMP encerrou o ano de 2021 com 252 parceiros, R$ 10,5 bi em crédito e R$ 30 bi em transações bancárias. Para 2022, a expectativa é crescer ainda mais.
“Nossa intenção é chegar aos 350 parceiros, R$ 17 bi em crédito e R$ 100 bi em transações”, afirma o CEO.
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