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BC mantém Selic em 13,75%, mas mostra preocupação com ancoragem fiscal

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) do Brasil manteve inalterada a Taxa Selic em 13,75% ao ano, na reunião que terminou nesta quarta-feira (7), confirmando a sinalização feita no último encontro. Entretanto, o comunicado da autoridade monetária mostrou um viés de preocupação com a ancoragem fiscal no Brasil, além de um balanço de riscos sobre o mercado internacional. A avaliação é do economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti.

“O comitê manteve a taxa de juros, mas há um cenário de incertezas domésticas. A PEC da Transição gera uma preocupação fiscal. Isso pode ser observado pela curva de juros, que vem subindo, indicando que o BC deverá estender por mais tempo a atual política e uma queda da Selic só deverá ocorrer a partir do segundo trimestre de 2023”, afirma.

“Na parte externa, os casos de COVID-19 continuam crescendo, então há uma preocupação grande com a China, inflação global e aumentos nas taxas de juros pelos bancos centrais das principais economias”, destaca.

O economista-chefe da Messem acredita que o temor do mercado se encaminha para uma recessão mundial no ano que vem. “Isso tudo está considerado no balanço de riscos do BC”, aponta.

De acordo com o economista, o Copom deixou a porta aberta para um aumento residual da Selic no futuro, caso necessário, em razão deste grau de incerteza.

“Temos que considerar fatores como alta do dólar, já que causa impacto na inflação. E o Brasil interrompeu o ciclo de desinflação, o que também será colocado no balanço de riscos”, ressalta.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou no final da tarde terça-feira a PEC da Transição, proposta que libera espaço no Orçamento de 2023 para programas sociais e o aumento real do salário mínimo. A PEC 32/2022 segue para dois turnos de votação em Plenário, onde são necessários três quintos dos votos dos senadores (49 de 81).

A proposta aprovada não retira o Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) do teto de gastos, mas expande o limite desse teto em R$ 145 bilhões para garantir o pagamento do benefício. O prazo do aumento do teto é fixado pelo substitutivo do relator, Alexandre Silveira (PSD-MG), em dois anos, e não quatro, como previa o texto original.

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O impacto fiscal total previsto da proposta é de R$ 168 bilhões, sendo R$ 145 bilhões referentes ao Bolsa Família e cerca de R$ 23 bilhões para investimentos, valor atrelado a um eventual excesso de arrecadação.


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