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O Ministério da Agricultura apresentou, na segunda-feira (19), durante painel na COP-29, o seu novo Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), com o objetivo de restaurar de maneira sustentável 40 milhões de hectares de pastagens atualmente degradadas no Brasil. A iniciativa visa promover práticas agrícolas mais responsáveis, com foco na recuperação ambiental e na produção de alimentos sem causar o aumento do desmatamento.
No evento “Transição de um Sistema Alimentar Saudável, Sustentável e Justo: Oportunidades Econômicas”, realizado no âmbito da conferência, o assessor especial do ministro da Agricultura, Carlos Ernesto Augustin, detalhou as metas do programa. Ele destacou que a recuperação das pastagens degradadas é um passo fundamental para assegurar que o Brasil continue sendo um líder global na produção agrícola, ao mesmo tempo em que preserva seus recursos naturais e combate a emissão de gases de efeito estufa.
“Nosso compromisso é intensificar a produção de alimentos, mas sem expandir a fronteira agrícola nem aumentar o desmatamento. A proposta é fazer isso de forma sustentável, aproveitando as áreas já impactadas pela atividade agropecuária”.
afirmou Augustin.
Ele também ressaltou que o programa faz parte do esforço contínuo do Brasil em atender aos compromissos ambientais assumidos internacionalmente, incluindo os acordos de redução de emissões.
A degradação das pastagens no Brasil é um problema significativo. Estudos indicam que aproximadamente 60 milhões de hectares de terras agrícolas do país estão comprometidos pela degradação, com impactos diretos na produtividade do setor agropecuário. A recuperação desses espaços representa, portanto, uma grande oportunidade tanto para o meio ambiente quanto para a economia brasileira.
Investimentos e Benefícios econômicos
A recuperação das pastagens degradadas não se limita apenas a uma ação ambiental, mas também representa um avanço para a economia brasileira. Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, a conversão dessas áreas poderá gerar aumento na produtividade, maior eficiência no uso de recursos naturais e um novo impulso para o setor agropecuário, um dos pilares da economia nacional.
“Com esse programa, esperamos não apenas recuperar terras, mas também otimizar a produção de alimentos e impulsionar a economia local, beneficiando especialmente os pequenos e médios produtores que enfrentam os desafios da degradação em suas propriedades”.
afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em nota divulgada após o painel.
Além disso, a implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como o uso de tecnologias para a regeneração do solo e o aumento da cobertura vegetal, está alinhada aos objetivos de redução da pegada de carbono do setor agrícola, com o Brasil buscando cumprir suas metas climáticas para os próximos anos.
Compromisso com a sustentabilidade
A criação do PNCPD é uma resposta direta às pressões globais por uma produção agropecuária mais sustentável. Durante a COP-29, outros países também apresentaram iniciativas de recuperação ambiental, e o Brasil se comprometeu a fazer sua parte nesse processo. O ministério frisou que a recuperação das pastagens degradadas não só ajudará a diminuir a emissão de gases do efeito estufa, mas também contribuirá para a preservação da biodiversidade local e da qualidade dos recursos hídricos.
Em resposta às críticas sobre a falta de fiscalização e de ações concretas, a pasta também se comprometeu a reforçar a implementação de políticas públicas que incentivem o uso de boas práticas no campo, assim como o fortalecimento do monitoramento e da fiscalização em áreas críticas.
A recuperação de pastagens degradadas é uma estratégia importante para o Brasil avançar na construção de um futuro agrícola mais sustentável, que concilie a produção de alimentos com a preservação ambiental.
Ações complementares
O PNCPD será implementado em conjunto com outras políticas de preservação ambiental e de incentivo à adoção de tecnologias de baixo carbono. O governo federal também está estudando a viabilidade de criar linhas de crédito para agricultores que aderirem ao programa, ajudando na recuperação das áreas degradadas e tornando a transição mais acessível para todos os produtores.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, o programa tem potencial para gerar investimentos na ordem de R$ 10 bilhões até 2030, com retornos tanto para o setor agropecuário quanto para a sustentabilidade ambiental.
A expectativa é que, com o apoio de diversas esferas do governo e do setor privado, o Brasil consiga recuperar pelo menos 40 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030, contribuindo para um futuro mais equilibrado e sustentável.
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