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Presidente do Banco Central reforça política de aperto monetário, apesar da desaceleração da inflação.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que ainda não é o momento para reduzir a taxa de juros, apesar da recente desaceleração da inflação.
Ele salientou que a inflação ainda mostra sinais de persistência e as expectativas do mercado para 2024 e 2025 ainda estão desvinculadas.
Apesar dos avanços na política monetária, Campos Neto ressaltou que ainda há desafios a superar para consolidar a inflação em níveis mais baixos.
Persistência inflacionária e expectativas desancoradas motivam a manutenção da taxa de juros, diz Campos Neto
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), reiterou que a política de aperto monetário implementada desde março de 2021 deve continuar, mesmo com a desaceleração recente da inflação.
Ele reafirmou que a inflação ainda mostra sinais de persistência e que as expectativas do mercado para 2024 e 2025 continuam desancoradas.
Em seu discurso na primeira Conferência Anual do Banco Central, Campos Neto alertou que o processo de desinflação deve continuar, porém, de maneira não linear, devido à resiliente inflação de núcleo.
Um dos fatores influenciando esta persistência inflacionária é a alta de preços no setor de serviços, mais ampla tanto no Brasil quanto em outros países.
Apesar dos progressos na condução da política monetária, Campos Neto ressaltou que ainda há desafios para consolidar a inflação em níveis mais baixos.
Ele afirmou que o Banco Central brasileiro iniciou o processo de desinflação antes de outros países, pois reconheceu a inflação duradoura resultante dos impactos da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia.
O recuo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 12,1% em abril de 2022 para 4,1% em abril deste ano foi resultado do aperto monetário iniciado em março de 2021, segundo Campos Neto. Ele também citou os cortes de impostos sobre combustíveis e serviços de eletricidade e telecomunicações como fatores-chave na redução da inflação no segundo semestre de 2022.
As projeções de mercado elevaram as previsões para o IPCA deste ano, prevendo que a inflação oficial encerrará 2023 em 6,03%, acima do teto da meta oficial de 4,75%. Para 2024 e 2025, as medianas das projeções estão em 4,15% e 4%, respectivamente, ambas acima do centro da meta de 3%, mas dentro do limite de tolerância de 4,5%.
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