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A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) anunciou, nesta quarta-feira (20), a venda de sua participação minoritária de 3,03% na Alunorte, refinaria de alumina localizada em Barcarena (PA), por R$ 237 milhões. A transação foi realizada com pagamento à vista e o comprador foi a gigante suíça Glencore. As informações foram divulgadas pelo jornalista Pedro Arbex, do BrazilJournal.
A venda faz parte da estratégia da CBA de focar em seu core business, que é a produção de alumínio, e de continuar seu processo de desalavancagem financeira. Com a transação, a empresa busca reduzir a alavancagem, que havia atingido um indicador de 10x EBITDA no ano passado, e agora se encontra em 3,4x. A expectativa é que, com a venda da participação na Alunorte, esse número chegue a 3x, segundo um analista do sellside.
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Alunorte: uma gigante do setor
Fundada no final dos anos 1970 por meio de um acordo bilateral entre Brasil e Japão, a Alunorte é uma das maiores refinarias de alumina do mundo fora da China. Ela processa a bauxita extraída pela Mineração Paragominas, também no estado do Pará, e transforma o mineral em alumina, matéria-prima para a produção de alumínio. Esta alumina é então comercializada com a Albras, operação controlada pela Hydro, uma gigante norueguesa.
Com uma capacidade de produção de 6 milhões de toneladas de alumina por ano, a Alunorte se destaca pela sua importância estratégica na cadeia de produção de alumínio no Brasil e no mundo. A planta está localizada a 40 km de Belém e é um pilar importante para o setor.
Movimento de desalavancagem e reposicionamento
A CBA, que atualmente possui um valor de mercado de R$ 3,8 bilhões na Bolsa de Valores, anunciou que a venda de sua participação na Alunorte faz parte de uma estratégia de reestruturação financeira e maior foco em sua atividade principal de produção de alumínio. A empresa já alcançou a autossuficiência em alumina, o que lhe permite reduzir a necessidade de depender de terceiros para o fornecimento dessa matéria-prima.
A transação reflete, ainda, o esforço da CBA para melhorar seu perfil de endividamento. A companhia sofreu com altos níveis de alavancagem nos últimos anos, o que afetou seus resultados financeiros. Em 2023, o múltiplo de EBITDA alcançou 10 vezes, um nível considerado alto por analistas do mercado. No entanto, com a venda, a empresa começa a dar passos para a redução dessa dívida e o fortalecimento de sua posição no mercado de alumínio.
No mercado, a reação foi positiva. As ações da CBA registraram alta de 30% nos últimos 12 meses, o que pode indicar um otimismo dos investidores com a nova fase da empresa, focada em crescimento mais saudável e sustentável.
Desafios e oportunidades no setor
O movimento de venda de ativos pela CBA ocorre em um contexto de desafios econômicos para o setor de mineração e metais. A volatilidade no preço da alumina e a dinâmica global da demanda por alumínio, principalmente da China, são fatores que exigem cautela nas decisões estratégicas das empresas do ramo.
No entanto, o reposicionamento da CBA e o foco em sua principal atividade pode representar uma oportunidade para a companhia se destacar no mercado de alumínio no Brasil, um setor com forte potencial de crescimento. A Hydro, controladora da Albras, é uma das principais parceiras da CBA, e a venda da participação minoritária na Alunorte também pode gerar novas negociações e parcerias no futuro.
A movimentação reforça a tendência do mercado de consolidar as operações de refinarias de alumina e alumínio, com empresas buscando eficiência e menos exposição à volatilidade dos mercados de commodities.
Perspectivas para a CBA
Com o pagamento integral da venda e a expectativa de redução da alavancagem, a CBA se posiciona para um futuro mais estável financeiramente, com mais foco no alumínio e menos exposição ao risco da bauxita. A companhia segue sendo uma das maiores produtoras de alumínio do Brasil e um ator fundamental na cadeia de produção de metais no país.
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