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CEO da Petrobras afirma que não reduzirá preços do combustível de aviação, apesar dos esforços do governo para ajudar companhias aéreas em crise.
A Petrobras decide não diminuir os preços do combustível de aviação, contrariando os esforços do governo para auxiliar as companhias aéreas brasileiras em dificuldades. Jean Paul Prates, CEO da Petrobras, reiterou a posição da empresa em não ceder a pressões governamentais para baixar os preços, destacando os custos persistentes das passagens aéreas em 2023, apesar da queda nos preços do combustível de aviação.
CEO da Petrobras defende manutenção dos preços do combustível de aviação em meio a discussões sobre o resgate das companhias aéreas
A Petrobras, sob a liderança do CEO Jean Paul Prates, rejeita a proposta de reduzir os preços do combustível de aviação como parte dos esforços do governo brasileiro para revitalizar as companhias aéreas do país, que enfrentam dificuldades financeiras.
Em uma entrevista à Bloomberg News, Prates enfatizou que a empresa não pode ceder às pressões governamentais para baixar os preços, destacando os custos persistentes das passagens aéreas em 2023, apesar da queda nos preços do combustível de aviação.
Enquanto o governo de Luiz Inácio Lula da Silva explora maneiras de fornecer alívio financeiro às companhias aéreas, incluindo a possibilidade de redução de impostos sobre o combustível e o estímulo à competição na indústria de distribuição, Prates defende o foco em outras soluções além da redução de preços. A decisão da Petrobras levanta questões sobre o equilíbrio entre as necessidades econômicas das companhias aéreas e a política de preços da empresa estatal de petróleo, em meio a um ambiente de crise no setor de transporte aéreo.
Estratégias para reduzir custos operacionais
Outra alternativa considerada é permitir que as companhias aéreas comprem o combustível diretamente da Petrobras. Isso iria eliminar intermediários e potencialmente reduzir custos em uma faixa de 4% a 8%. No entanto, essa medida gera preocupações entre analistas de mercado. Eles temem que a utilização da Petrobras para esse fim possa abrir precedentes para interferências políticas na gestão da estatal.
Embora a redução dos custos do querosene de aviação seja uma ação positiva, é importante reconhecer que esse não é o único desafio enfrentado pelo setor aéreo. Apesar de o preço do querosene ter diminuído em relação ao ano anterior, ele ainda representa uma parcela significativa dos custos operacionais das companhias aéreas, comprometendo cerca de 35% a 40% do custo total da passagem aérea.
Outros desafios do setor
Além das questões relacionadas ao combustível, o setor de aviação enfrenta outros desafios complexos. A pandemia da COVID-19 causou uma redução drástica na demanda por voos e resultou em uma série de desafios operacionais. Os custos de manutenção das aeronaves aumentaram devido a problemas de fabricação de peças e à escassez de suprimentos, uma consequência direta da pandemia.
A situação chegou a um ponto crítico, levando a GOLL4, uma das maiores companhias aéreas do país, a entrar com um pedido de recuperação judicial nos EUA. A dívida estimada da empresa é de aproximadamente R$ 20 bilhões, o que reflete a dificuldade financeira enfrentada pelo setor como um todo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no mês passado que um eventual fundo para ajudar a financiar empresas aéreas em dificuldades não contará com dinheiro do Tesouro Nacional. A declaração foi após encontro com economistas na sede do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas, no Rio de Janeiro.
“Nós estamos fazendo um levantamento da situação. Nós vamos entender melhor o que está acontecendo e não existe socorro com dinheiro do Tesouro. Isso não está nos nossos planos. O que está eventualmente na mesa é viabilizar uma reestruturação do setor, mas que não envolva despesa primária”, afirmou.
O ministro enfatizou ainda que o custo do querosene de aviação não pode ser utilizado como justificativa para aumento no preço dos bilhetes.
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