Colunistas

Como fazer a sua empresa virar o ano positivo?

Estamos no último trimestre de 2023 e a maioria, senão todas as empresas, estão em momento de construção do orçamento para 2024, avaliando o que deu certo e o que deu errado ao longo deste ano e pensando nas mudanças que deverão ser feitas assim que o próximo ano começar.

empreender
pequeno empresario

Estamos no último trimestre de 2023 e a maioria, senão todas as empresas, estão em momento de construção do orçamento para 2024, avaliando o que deu certo e o que deu errado ao longo deste ano e pensando nas mudanças que deverão ser feitas assim que o próximo ano começar. Deixar para pensar nessas questões apenas em janeiro não é uma boa ideia, visto que quanto mais você se prepara nesta reta final, maiores são as chances de começar o ano mais positivo.

Apesar de um ano economicamente difícil, com altos e baixos, existe disposição por parte das pessoas em tentar concretizar oportunidades que encontraram no mercado. Sabemos que diante de crises financeiras, podem surgir eventuais oportunidades. Dados do Mapa de Empresas, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), mostram que o Brasil registrou a abertura de 2,716 milhões de novas empresas de janeiro a agosto.

Ou seja, o saldo de criação de firmas é positivo em 1,23 milhão, em razão do fechamento de 1,47 milhão de empresas nos primeiros oito meses de 2023. Isso já demonstra uma boa melhora da situação para novos empreendimentos, que agora que foram abertos, precisam encontrar fôlego para conseguirem encontrar o seu lugar ao sol, se desenvolvendo um pouquinho a cada dia.

O fato é que nem sempre vai dar certo logo na primeira tentativa, é preciso ter calma e perseverança. Pode ser que você tenha se esforçado bastante para fazer com que o seu negócio funcione e evolua, mas ainda faltam algumas coisas para ter o desfecho esperado, e com frequência, leva mais tempo do que imaginamos. É provável que exista uma falha no racional, no plano, que não estava tão evidente no princípio, por isso não acabou sendo notada, e que precisa de ajustes.

É absolutamente normal, não se desespere. Por um lado, não adianta chorar pelo leite derramado. O que passou, passou. E o que deu errado, também. Por outro, o ideal é utilizar esses últimos meses do ano para avaliar os erros ao longo do caminho e entender porque aconteceram. Assim, além de consertá-los, é vital se estruturar para que não sejam cometidos novamente. É permitido errar, desde que não sejam sempre os mesmos erros.

Tenho insistido bastante em dois temas: trabalhar com ciclos curtos e por resultados. Neste ponto, os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves), podem ser muito úteis, pois têm ciclos de, geralmente, três meses, se encaixando muito bem neste contexto de elevado grau de incerteza, e permitem ajustes frequentes no seu plano de execução de estratégia. Isso possibilita uma oportunidade maior de recalcular a rota e se adaptar aos movimentos do mercado, externamente, e, internamente, melhor compreensão sobre os problemas que estamos enfrentando, gerando muito mais aprendizado e com maior efetividade de aplicação dos remédios.

Neste momento de fechamento, quem usa a ferramenta em ciclos trimestrais já está realizando sua 3ª rodada de aprendizados, ganhando mais foco e tendo mais clareza, inclusive, de como melhorar o processo de planejamento e orçamento anuais. Esse processo nos ajuda a ter os objetivos mais claros, além de uma definição melhor dos resultados a serem alcançados e dos projetos a serem feitos.

Com isto tudo, é mais fácil ter todos alinhados sobre os resultados desejados e seremos mais eficientes e eficazes com o passar do tempo, uma melhoria contínua. Dessa maneira, fecharemos melhor o ano e estaremos melhor preparados para começar 2024 e aprender mais rápido como melhorar, ajustando nosso plano de curto prazo, a depender da situação, sem perder de vista o médio e o longo prazos.

Por Pedro Signorelli, um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas.