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Lula, Janja e Casamentalismo: bodas de aflição

O mundo conhece três sistemas de governo: o presidencialismo, o semipresidencialismo e o parlamentarismo. O Brasil lançou o “Casamentalismo”.

Lula e Janja
Lula e Janja

O mundo conhece três sistemas de governo: o presidencialismo, o semipresidencialismo e o parlamentarismo. Parece que o Brasil lançou o quarto, o “Casamentalismo” — onde o poder executivo é exercido pela esposa do presidente eleito. O presidente aparenta ter um papel cerimonial e representa a nação no exterior sempre que possível.

Segundo o jornal francês Le Monde, a primeira-dama, Rosângela da Silva, se tornou uma das figuras políticas mais influentes do país. “Passaram-se meses, quase um ano, e Rosângela da Silva não saiu dos palcos, muito pelo contrário. Aos 57 anos, ela se tornou até uma das figuras políticas mais relevantes”. O Le Monde relata também a influência na escolha de algumas cadeiras nos ministérios e cita o caso da ministra da Cultura, Margareth Menezes.

Janja ganhou quase 800 mil seguidores desde o início do governo Lula, o que é muito. A título de comparação, na esplanada dos ministérios, só perde para Flávio Dino, que ganhou 900 mil seguidores. Janja ganhou o triplo de seguidores em relação à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o quádruplo do vice-presidente Geraldo Alckmin. Atualmente, Janja tem 2,3 milhões de seguidores no Instagram e 1,2 milhão no X (Twitter).

A última solicitação foi pedir um gabinete no palácio do planalto. Por que não oficializar o home office da primeira-dama? Se Janja quer ampliar seu horizonte, mãos à obra. Para começar, não apenas defendendo os sem-terra, mas também os sem educação, sem saúde e sem segurança.

Não apenas levantando bandeiras sectárias, mas uma grande bandeira branca para unificar uma população tão dividida. União e reconstrução, certo?

Colocar a casa em ordem para garantir o progresso é um desafio do tamanho do Brasil — será necessário muita D.R. entre Lula, Janja e o povo brasileiro.

A Janja vai ver que, por enquanto, tudo que podemos comemorar são as bodas de aflição.

Desejamos muita boa sorte e que possamos viver em paz ou seremos infelizes até que as eleições nos separem.

Por Marcus Aragão, nascido em Natal, Rio Grande do Norte, é empresário, publicitário, formado pela ESPM em Redação e Criação Publicitária e fundador da Aragão Publicidade e Aragão Empreendimentos.