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O que foi 2022 para a bolsa e para a economia brasileira?

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Finalmente chegamos ao último pregão de 2022! Devido ao recesso de ano novo, a bolsa de valores brasileira se manterá fechada nesta sexta-feira (30). O fechamento do ciclo permite uma análise de um recorte bem definido das consequências das movimentações globais na bolsa de valores e na economia brasileira.

A inflação e os deficits

O ano de 2022 foi marcado por uma herança da pandemia: a inflação. Os processos inflacionários que começaram com os pacotes de incentivo econômico durante a pandemia, e se intensificaram ainda mais com a eclosão dos conflitos entre Rússia e Ucrânia.

Dois dos principais players do mercado global de energia, os conflitos aumentaram a escassez de matriz energética e oneraram as cadeias de produção globais.

Aqui no Brasil, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que revela o nível da inflação para o consumidor subiu 0,45% em dezembro, após cair 0,56% no mês anterior.

De janeiro a dezembro de 2022, o índice acumulou alta de 5,45%. Em dezembro de 2021, o índice variou 0,87% e acumulava alta de 17,78% em 12 meses.

A última edição do índice em 2022 mostra aceleração dos preços de alimentos importantes ao produtor e ao consumidor, segundo a Fundação Getúlio Vargas. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,47% em dezembro, após queda de 0,94% em novembro.

A Inflação pelo IGP-M fecha 2022 com alta acumulada de 5,45%; em 2021, acumulado foi 17,78%.

Uma economia que está devendo

A manhã do último pregão do ano também foi marcada por divulgações de dados fiscais pelo Banco Central. Segundo comunicado, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$20,1 bilhões em novembro de 2022, ante superávit de R$15,0 bilhões em novembro de 2021.

O Governo Central e os governos regionais apresentaram, na ordem, déficits de R$16,5 bilhões e de R$3,7 milhões, e as empresas estatais, superávit de R$145 milhões. Nos doze meses encerrados em novembro, o superávit primário do setor público consolidado atingiu R$137,9 bilhões, equivalente a 1,41% do PIB.

Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$50,3 bilhões em novembro de 2022, comparativamente a R$41,6 bilhões em novembro de 2021. Nos doze meses acumulados até novembro, os juros nominais somaram R$581,8 bilhões (5,95% do PIB), comparativamente a R$418,0 bilhões (4,74% do PIB) nos doze meses até novembro de 2021.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$70,4 bilhões em novembro de 2022. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$443,9 bilhões (4,54% do PIB), elevando-se 0,42 p.p. em relação ao déficit acumulado até outubro de 2022. 

O ano da bolsa

Na bolsa de valores o ano também se mostrou desafiador. O Ibovespa abre o último pregão do ano exatamente como operou durante todo 2022: Sobre forte volatilidade e baixos ganhos.

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No ano, o principal índice do mercado de capitais brasileiro também opera em alta. Com crescimento de 6,07% até o momento, o índice fecha o ano subindo 6.317 pontos.

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Apesar da alta, o ibovespa revela que o mundo da renda variável não foi aconchegante para investidores, com o retorno do preço-risco não vencendo alguns dos indicadores mais básicos de renda fixa, como a taxa Selic que fecha o ano a uma taxa de 13,75% ao ano.