O que é ter sucesso na carreira? O termo mudou significativamente de uns anos para cá e, não por menos, necessita sempre ser redefinido e atualizado. É necessário pensar nesse assunto levando em consideração sua performance como indivíduo e seus resultados para a organização, mas não pode-se esquecer do impacto que será gerado no mundo, ressignificando assim o que é ter “sucesso na carreira” e trazer uma nova abordagem de liderança.
Extremamente comuns atualmente, as escolas de negócios precisam começar a abordar a essência da liderança para modificar esse conceito e se desprender do passado. Temos que mergulhar na estrutura de conteúdos e formações que estamos dando para as próximas gerações de líderes, onde, de fato, a busca por autoconhecimento e inteligência emocional tem um começo, mas não tem um fim. Entender e compreender que as emoções fazem parte desse processo é um passo fundamental, e que quando aprendemos a enxergar nossos sentimentos, aprendemos como passar por diferentes situações e, principalmente, ampliamos nossa capacidade de empatia e influência.
O ponto de partida para uma liderança que inspira e transforma essa autoconsciência é essa busca para sermos nossa melhor versão, ao mesmo tempo que cuidamos da nossa saúde de maneira integral. Esse autocuidado e autoconsciência vai inspirar as pessoas ao nosso redor pelo exemplo, mas também vai nos tornar lideranças mais sensíveis e atentas aos outros. O escritor Simon Sinek diz que o grande segredo da liderança é cuidar do seu time, enquanto o seu time cuida de seus negócios. Se não cuidarmos bem da nossa equipe, teremos dificuldade de liderar e engajarmos naturalmente. Se uma liderança para de aprender, ela automaticamente para de liderar.
Líderes devem usar ferramentas e princípios para ampliar suas capacidades, mas o que faz a diferença é o quanto esse líder de fato está comprometido em alterar seu próprio estado de consciência. Por muitos anos as escolas de negócios focaram somente na parte executiva da gestão, e necessitamos de uma outra parte que nos humaniza, que amplia nossa consciência e que eleva nossas almas. Programas como o Young Leaders, que já formou mais de 100 jovens lideranças buscam tratar diferentes dimensões desse espectro, como a liderança de si, a liderança da organização e a liderança da sociedade.
A síndrome de burnout foi considerada a doença do século, consequência das relações que temos, principalmente com os nossos líderes. É preciso ter muito cuidado, afinal, a liderança que não cresce, se torna a tampa que limita o crescimento do restante da organização. É necessário crescer, evoluir, melhorar e dessa forma se expandir.
É preciso criar consciência de que somente quando houver lideranças mais humanas, vulneráveis e emocionais, de fato, teremos líderes de verdade. A partir do momento em que você se conhece, se ama e se aceita, você terá um poder de se conectar da maneira mais genuína possível, e assim gerar transformação. A forma como vemos o mundo, as pessoas e as organizações vão determinar a forma como interagimos com cada um desses elementos. Ao evoluir nossa consciência, evoluímos nossa capacidade de lidar com os diferentes elementos, por isso que evoluir nossa liderança tem relação total com a evolução da nossa humanidade.
*Por Augusto Júnior, Diretor Institucional do Instituto Anga, organização que tem como propósito reduzir as desigualdades, trabalhando prosperidade social, econômica e coletiva no Brasil por meio de uma liderança mais consciente.