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O clima já afetado pelas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ontem à Câmara norte-americana, ficou ainda mais tenso com o aperto nos juros promovido pelos bancos centrais europeus, em especial o Banco da Inglaterra (BoE). No cenário nacional, o comunicado do Banco Central do Brasil (BCB) sobre a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano não trouxe uma perspectiva clara sobre a redução dos juros, mantendo um tom duro em relação à desinflação no país. A medida foi criticada pelo presidente Lula, que está em viagem oficial à Itália, acusando o presidente do BCB, Roberto Campos Neto, de prejudicar a economia brasileira.
No âmbito político, o Senado aprovou, ontem à noite, o texto do novo arcabouço fiscal, que passará por ajustes na Câmara dos Deputados. Enquanto isso, os mercados financeiros demonstraram reações negativas. O índice B3 registrou queda de 1,39%, fechando aos 118.749,50 pontos. Em Nova York, o Dow Jones caiu 0,03%, o S&P recuou 0,04% e o Nasdaq teve um pequeno ganho de 0,11%.
As declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, de que podem ocorrer mais aumentos de juros para combater a inflação surpreenderam os investidores, que esperavam uma sinalização de que o ciclo de aperto estava chegando ao fim. Powell terá a oportunidade de se pronunciar novamente hoje, dessa vez perante o Senado dos Estados Unidos, juntamente com outros membros da autoridade monetária.
No mercado de commodities, o minério de ferro apresentou alta de 1,13% no mercado à vista de Qingdao, fechando a US$ 113,62 por tonelada. Em Cingapura, houve um pequeno recuo de 0,04%, com o preço da matéria-prima em US$ 110,85 por tonelada. As ações do setor de mineração na B3 registraram queda, com destaque para a Vale (-0,06%) e CSN Mineração (-1,37%).
O setor petroleiro também acompanhou a tendência de queda, alinhado com o recuo da commodity nos mercados internacionais. As ações da Petrobras tiveram desvalorização, assim como os papéis do setor bancário, que operaram no vermelho. No entanto, a BB Seguridade se destacou entre as poucas altas do índice, enquanto a Cogna apresentou o pior desempenho.
O mercado financeiro enfrenta um cenário de incertezas diante dos movimentos dos bancos centrais e das declarações dos principais dirigentes monetários. Os investidores seguem atentos aos desdobramentos econômicos e políticos, buscando adaptar suas estratégias e acompanhar as tendências dos mercados internacionais e locais.
Os destaques da bolsa
O mercado de ações registrou um dia desafiador, com destaque para as empresas do setor de mineração e petróleo, que enfrentaram uma queda significativa em suas ações. Na Bolsa de Valores (B3), a Vale (VALE3) apresentou uma pequena baixa de 0,06%, com as ações sendo negociadas a R$ 66,89. Já a CSN Mineração (CMIN3) registrou uma queda mais expressiva, com suas ações caindo 1,37% e sendo negociadas a R$ 4,32. A Usiminas (USIM5) também teve um desempenho negativo, com suas ações cedendo 0,82%, fechando a R$ 7,24.
No setor petroleiro, a Petrobras (PETR3) apresentou uma desvalorização de 1,49%, com suas ações sendo negociadas a R$ 35,15. A Petrobras PN (PETR4) registrou uma queda mais acentuada, com suas ações recuando 1,85% e sendo negociadas a R$ 31,26. As empresas Prio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3) também tiveram um desempenho negativo, com suas ações apresentando perdas de 1,66% (R$ 38,03) e 2,73% (R$ 31,75), respectivamente.
No setor bancário, as empresas também operaram no vermelho. O Bradesco (BBDC3) registrou uma queda de 1,87%, com suas ações sendo negociadas a R$ 14,69. O Bradesco PN (BBDC4) teve um desempenho ainda pior, com suas ações caindo 2,09% e sendo negociadas a R$ 16,89. O Banco do Brasil (BBAS3) apresentou uma desvalorização de 1,33%, com suas ações sendo negociadas a R$ 51,30. O Itaú (ITUB4) registrou uma queda de 1,03%, com suas ações sendo negociadas a R$ 28,74. O Santander (SANB11) também teve um desempenho negativo, com suas ações cedendo 1,60%, fechando a R$ 30,80. Entre as poucas altas do índice, destaca-se a BB Seguridade (BBSE3), que registrou um pequeno ganho de 0,26%, com suas ações sendo negociadas a R$ 30,42.
As ações do IRB (IRBR3) caem 5,42% (R$ 38,41), entre as maiores baixas do Ibovespa. Participantes do mercado dizem que os investidores analisam os dados de abril da companhia e o comunicado do Copom, considerado hawkish, já que não houve uma sinalização explícita de que os juros cairão já na reunião de agosto, como esperava o mercado. A quebra de expectativa em relação ao fim do ciclo de juros também afeta ações de varejo, com VIIA3 e MGLU3 entre os piores desempenhos:
Preço Atual (R$) | Maior alta (R$) | Maior baixa (R$) | Preço de abertura | Variação desde abertura (%) | |
IRBR3 | 38,02 | 40,45 | 37,91 | 40,37 | -5,82% |
COGN3 | 3,18 | 3,37 | 3,16 | 3,35 | -5,07% |
BEEF3 | 10,64 | 11,11 | 10,58 | 11,11 | -4,23% |
VIIA3 | 2,44 | 2,55 | 2,42 | 2,55 | -4,31% |
MGLU3 | 3,52 | 3,68 | 3,49 | 3,66 | -3,83% |
Já a empresa Cogna (COGN3) apresentou o pior desempenho do índice, com uma perda expressiva de 5,92%, e suas ações sendo negociadas a R$ 3,18.
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