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Investidores precisam conhecer bem os fundos ESG e avaliar organizações sérias para evitar que o dinheiro caia em greenwashing.
A agenda ESG tem ganhado cada vez mais destaque, fortalecendo a imagem das corporações e executivos que estão à frente da execução das boas práticas no país e no mundo. No entanto, investir em ações ESG e em organizações que realmente coloquem a sustentabilidade em prática, pode ser uma tarefa árdua e difícil. Isso porque não são poucas as empresas que acabam praticando o chamado ‘greenwashing’, onde divulgam uma falsa imagem de sustentabilidade e afirmam serem o que não são.
“Essa ‘maquiagem verde’ pode confundir a população, mas os investidores necessitam tomar cuidado, tanto pelas eventuais consequências ambientais e perda de investimentos e parcerias relevantes ao negócio, quanto para estar em conformidade com a lei, assegurando riscos jurídicos, contábeis e financeiros”, afirma Claudinei Elias, fundador e CEO da Bravo GRC (empresa de tecnologia e consultoria especializada na implementação de soluções de Governança, Gestão de Riscos corporativos e ESG), que recentemente assumiu a posição de Partner e CEO Global da Ambipar ESG.
Pensando em como auxiliar investidores a uma tomada de decisão mais correta possível, o especialista aponta cinco dicas para quem quer investir em boas práticas em 2024.
1 – Empresas que possuem estratégias sob a ótica ESG tendem a proteger e gerar mais valor no longo prazo.
A primeira dica para os investimentos ESG é: comece. Empresas que integram uma estratégia ESG em sua tomada de decisão estão mais conscientes dos riscos que o cercam, consequentemente diminuindo o impacto de riscos negativos e tirando maior proveito de oportunidades. Essas empresas diminuem seu risco reputacional e apresentam maior confiabilidade nas suas operações.
2 – Conhecer os diversos tipos de investimento que existem dentro do universo ESG
Existem diversas formas de investir em “ESG”, podendo ser uma opção investir em uma única empresa que atenda e absorva os requisitos ESG. As ETF’s contêm diversas empresas de segmentos diferentes, diminuindo o risco setorial, mas mantendo o valor da sustentabilidade. Lembrando também que o universo ESG apresenta fundos de impacto, principalmente voltados para desenvolvimento social e climático.
3 – Defina seus critérios, prioridades e apetite ao risco
Uma coisa importante no mundo do investimento é o investidor tomar as decisões por si próprio, afinal, ninguém melhor do que você mesmo para saber onde aplicar seu dinheiro. Dito isso, é importante saber que o mundo do ESG é bastante complexo, abarcando diversos indicadores e propostas. O investidor pode escolher uma em específico para trazer enfoque, como por exemplo empresas de energia renovável que estão auxiliando a transição da matriz brasileira. Outro exemplo é determinar o seu apetite ao risco, algumas empresas bastante inovadoras em questões de sustentabilidade também são empresas que podem carregar um maior risco de investimento.
4 – Verifique a possibilidade de greenwashing, socialwashing e pinkwashing
Greenwashing é um problema que vem atormentando o mercado no que se refere ao tema de ESG, principalmente porque quem o pratica afeta o mercado em duas vias: descredibilizando empresas que verdadeiramente incorporam estratégia ESG na tomada de decisão, e investidores/pessoas que depositaram confiança numa empresa que pratica greenwashing e prejudica o mercado de forma geral. Claro que é muito difícil identificar o greenwashing dentro das empresas, mas muitas vezes pesquisas rápidas, em sites de notícias, podem conter informações valiosas sobre a verdadeira reputação da empresa quanto aos seus funcionários, clientes, fornecedores etc.
5 – Saiba integrar o ESG no seu portfólio
Como todo bom investidor, você deve saber como integrar as ações ESG em seu portfólio, isso é, saber compor a diversificação de seus ativos. Não é recomendado que os investimentos com viés em ESG sejam a totalidade de seu investimento, e sim, parte de uma estratégia melhor, fazendo com que seu portfólio mitigue riscos de várias frentes. Por exemplo, uma carteira com renda fixa (mitigando riscos de mercado), empresas ESG de energia (mitiga riscos de transição) e ativos dolarizados (mitigando riscos Brasil).
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