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Filipe Martins, professor do curso de Ciências Contábeis do Cesuca, explica qual a melhor forma de planejamento para encarar as dívidas no início do ano
Após as festas de fim de ano, chega a hora de enfrentar o mês de janeiro, período temido por muitos. Afinal, é quando as pessoas precisam encarar diversas dívidas adquiridas em dezembro. Mas, é possível sobreviver neste mês de forma tranquila sem se preocupar com as finanças?
Para o Prof. Me. Filipe Martins, do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Cesuca, é completamente normal que haja mais gastos em janeiro, devido aos presentes ou preparativos para as festas de fim de ano, quando os consumidores são bombardeados para consumir. Somado a isso, há o pagamento do 13° salário em mãos: cria-se a sensação de ter dinheiro extra.
“A segunda parcela do 13° saiu no dia 20 de dezembro e uma parte da população já realizou suas compras, sendo muitas vezes a prazo, já na espera do 13° para pagar as dívidas contraídas em dezembro. Logo após esse período de gastos, entram em cena os gastos com o IPVA, IPTU, material escolar, matrículas escolares, entre outros, que, no início de 2023, irão comprometer a renda mensal de forma significativa, fazendo com que sejam tomados empréstimos que poderiam ser evitados se houvesse um planejamento realizado preventivamente”, afirma.
Planejamento para evitar ou pagar dívidas
A dica é se planejar sempre que possível, diz Martins, o consumidor deve destinar parte da renda mensal para as despesas de começo de ano, para evitar endividamentos. “Tente criar um valor mínimo de reserva e aos poucos ir aumentando. Ao final do ano, você verá que terá um valor de reserva para ajudar a diluir o valor das dívidas de início de ano”, comenta.
Os gastos que geralmente ocorrem nesse período não são emergenciais, ou seja, acontecem de forma frequente em todo início do ano. Por exemplo, o IPVA e o IPTU: se analisados integralmente, verá que têm um valor relevante a ser desembolsado.
“Já no caso de dividir esse valor em 12 vezes, isto é, cada mês guardar um pouco da renda do mês para pagá-lo, assim como outros gastos, evita-se um desembolso integral da renda mensal de uma vez”, aconselha.
Em geral, janeiro também é tido como um bom momento para negociar dívidas, mas o professor discorda. “Muitos bancos e administradoras de cartões oferecem renegociações de dívidas em qualquer período do ano. Mas se for para determinar um período bom para renegociação são os períodos em que se recebem as parcelas do 13º salário, pois por não comprometer a renda mensal, esses valores poderiam ser usados para dar uma entrada no valor da renegociação, e assim, diminuindo as parcelas”.
Por fim, Martins comenta que muitos dos gastos não são imprevisíveis, pelo contrário, são compras que ocorrem com frequência, sejam mensais ou esporádicas. “O importante é se planejar e sempre que possível reservar parte da renda mensal para tais gastos. Ainda, IPTU e IPVA podem ser parcelados e é importante observar se vale a pena fazer esse parcelamento; mas vai depender da sua necessidade, se quiser pagar um valor total reduzido, então sua opção deve ser pelo pagamento à vista, ou uma parcela mais baixa”, pontua.
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