
- BTG e XP mantêm cautela e destacam pressão sobre margens e despesas.
- MDIA3 caiu 10,7% após resultados fracos no 3T25.
- Ebitda de R$ 324 milhões ficou 17% abaixo do esperado.
As ações da M. Dias Branco (MDIA3) desabaram 10,7% nesta segunda-feira (10), após a divulgação de resultados abaixo das expectativas do mercado no terceiro trimestre de 2025 (3T25). O desempenho fraco das margens e o aumento nas despesas de vendas acenderam o alerta entre analistas.
Com o mercado reagindo de forma negativa, bancos como BTG Pactual e XP Investimentos mantiveram uma postura cautelosa diante da performance da companhia, que ainda enfrenta desafios na recomposição de margens e volumes.
Margens pressionadas e despesas em alta
De acordo com o BTG Pactual, as despesas com vendas da M. Dias Branco aumentaram 9,6% no trimestre, reflexo de uma postura comercial mais agressiva para tentar recuperar participação de mercado.
Ademais, o Ebitda de R$ 324 milhões ficou 17% abaixo das estimativas, reforçando a percepção de um cenário desafiador para a companhia.
O banco manteve recomendação “neutra” para as ações, destacando que os próximos trimestres serão cruciais para avaliar a consistência da retomada de margens e a sustentação do crescimento de volumes. Desse modo, a meta de longo prazo de 15% de margem Ebitda ainda parece distante.
Avaliação da XP reforça tom negativo
A equipe da XP Investimentos também apontou que os resultados vieram mais fracos que o esperado, com destaque para a compressão das margens e os custos operacionais ainda elevados.
Assim, para a corretora, a performance deve levar a revisões negativas de lucro nos próximos períodos.
Além disso, o cenário competitivo no setor de alimentos segue intenso, e a companhia precisará ajustar preços e reduzir custos para recuperar rentabilidade.
Portanto, apesar do ambiente macro mais estável, a XP avalia que o caminho para a normalização dos resultados ainda é incerto.
Perspectivas para o papel MDIA3
No curto prazo, analistas esperam volatilidade nas ações, já que investidores devem reagir à piora dos indicadores financeiros.
Nesse sentido, embora a empresa mantenha fundamentos sólidos e forte presença de mercado, a pressão sobre margens e despesas segue no radar.
Ademais, para retomar o crescimento sustentável, a M. Dias Branco deve focar em eficiência operacional, otimização de portfólio e recomposição gradual de preços.
Por fim, o desempenho dos próximos trimestres será decisivo para definir o rumo do papel e a confiança do mercado na estratégia da companhia.