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Crescimento do PIB do Brasil se dá por gastos do governo e não se sustenta, afirma ex-BC

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Economista afirma que crescimento do PIB em 2023 depende de gastos públicos e alerta sobre Juros Altos.

O economista e ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore, expressou preocupações sobre o crescimento econômico do Brasil em 2023. Ele argumenta que o atual crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está sendo impulsionado principalmente pelos gastos do governo, enquanto o setor privado se retrai. Pastore aponta para uma política fiscal expansionista que aumentou a taxa de juros neutra e gerou um conflito entre política fiscal e monetária.

Ele prevê que, a médio prazo, a atividade econômica poderá desacelerar, e o país terá que enfrentar juros altos devido às despesas estatais. Pastore também sugere que o crescimento depende em grande parte do setor público e alerta para a possibilidade de um conflito fiscal e monetário mais intenso no futuro. Por fim, ele expressa ceticismo em relação às projeções otimistas do governo sobre a arrecadação.

Economista alerta para desequilíbrio entre política fiscal e monetária e dependência do crescimento do governo

O PIB do Brasil no segundo trimestre de 2023 apresentou um aumento de 0,9%, elevando a expectativa de crescimento anual para cerca de 3%. No entanto, o economista e ex-presidente do Banco Central, Affonso Celso Pastore, expressou preocupações significativas sobre a natureza desse crescimento. Segundo ele, o impulso para o crescimento econômico está vindo principalmente dos gastos do governo, enquanto o setor privado enfrenta dificuldades para se expandir.

Pastore destaca que a política fiscal do país tem sido expansionista por um período considerável, incentivando um aumento nos gastos públicos. Essa estratégia tem implicações diretas na taxa de juros neutra, que é aquela que equilibra a demanda e a oferta com o PIB potencial. Com o aumento dos gastos públicos, a taxa neutra de juros também aumenta. Isso, por sua vez, resulta em uma política monetária menos restritiva, já que a diferença entre a taxa de juros de mercado real e a taxa neutra se estreita.

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O conflito entre política fiscal e política monetária cria um desequilíbrio na economia, com a política monetária buscando controlar a inflação enquanto a política fiscal promove o crescimento da demanda agregada. Pastore destaca que a população ocupada continua a crescer e os salários reais estão em ascensão, sustentando o consumo privado. No entanto, ele adverte que, à medida que o crescimento atual se mostrar insustentável, o conflito entre o governo e o Banco Central em relação aos juros provavelmente ressurgirá com mais força.

Pastore também expressa ceticismo em relação às projeções otimistas do governo sobre a arrecadação, sugerindo que o excesso de otimismo pode não ser justificado. Em resumo, o crescimento do PIB em 2023 está fortemente ligado aos gastos públicos, gerando preocupações sobre a capacidade do setor privado de impulsionar o crescimento econômico no futuro.

O que pode acontecer?

O cenário econômico atual do Brasil está enfrentando desafios significativos, com potencial para impactar negativamente a estabilidade econômica do país. Vários fatores preocupantes estão surgindo com base na opinião de Pastore.

O pior cenário possível se desenha quando consideramos a combinação de vários elementos preocupantes. Primeiramente, o crescimento do PIB em 2023 estaria sendo impulsionado principalmente pelos gastos do governo, enquanto o setor privado enfrenta dificuldades para expandir. Esse desequilíbrio entre os setores público e privado pode levar a uma retração ainda maior do investimento privado, resultando em menos criação de empregos e crescimento econômico a longo prazo comprometido.

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Além disso, a política fiscal do governo expansionista, incentivando um aumento nos gastos públicos, implica diretamente na taxa de juros neutra, que está crescendo devido à política fiscal expansionista. O aumento das taxas de juros reais pode tornar o crédito mais caro, desencorajando ainda mais o investimento privado e o consumo.

O conflito entre a política fiscal expansionista e a política monetária restritiva necessária para controlar a inflação é outro ponto crítico. Esse conflito pode prejudicar a credibilidade das políticas econômicas do país e criar incertezas nos mercados financeiros, afetando negativamente o ambiente de negócios.

Se esse crescimento não for sustentável e houver uma desaceleração econômica, os desafios fiscais e monetários podem se intensificar, aumentando a pressão sobre as finanças públicas e a estabilidade econômica.

Por último, o ceticismo expresso por Pastore em relação às projeções otimistas do governo sobre a arrecadação é um alerta importante. Se essas projeções não se concretizarem, o país poderá enfrentar déficits fiscais maiores do que o previsto, agravando ainda mais os problemas fiscais.

Em resumo, o pior cenário possível para a economia brasileira envolve um crescimento insustentável impulsionado por gastos públicos, aumento das taxas de juros, conflitos entre políticas econômicas e desafios fiscais. Estes são desafios complexos que requerem atenção cuidadosa por parte das autoridades econômicas para evitar uma instabilidade econômica mais profunda no Brasil.

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